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A Editorial Sul
| 23 de dezembro de 2024
Haddad admitiu que erros na comunicação do pacote contribuíram para a alta do dólar e a reação negativa do mercado. Na foto, o ministro ao lado de Lula
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Haddad admitiu que erros na comunicação do pacote contribuíram para a alta do dólar e a reação negativa do mercado. Na foto, o ministro ao lado de Lula. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Quase um mês depois da divulgação do pacote de controle de gastos e do projeto de mudanças no IRPF (Imposto de Renda de Pessoa Física), assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva concordam que o governo errou na apresentação das medidas e que um “freio doméstico” sobre este tema.
Em reunião com jornalistas na última sexta-feira (20), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu que erros na comunicação do pacote contribuíram para a alta do dólar e a reação negativa do mercado.
No dia 27 de novembro, Haddad anunciou o pacote de cortes, em comunicado na TV e no rádio, junto com a proposta de isentar quem ganha até R$ 5 mil mensais do pagamento do IRPF do IRPF. O pacote foi aprovado pelo Congresso, mas o projeto do IRPF ainda não foi enviado.
Na tentativa de corrigir os erros, Lula implementou uma mudança de discurso em relação ao BC (Banco Central). O petista também garantiu aos aliados que não quer brigar com o mercado, segundo informações divulgadas pelo portal G1.
Nos próximos quatro anos, os dois últimos do terceiro mandato de Lula, o BC será liderado por Gabriel Galípolo, que tem uma relação muito próxima com o presidente e com Haddad.
Na sexta-feira, Lula gravou um vídeo, ao lado de Haddad e Galípolo e da ministra do Planejamento, Simone Tebet, para defender a autonomia do novo presidente do BC e prometer responsabilidade com as contas públicas.
O publicitário Sidônio Palmeira, cotado para ser ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, foi o responsável pela produção do vídeo.
Tanto Galípolo quanto Sidônio disseram a aliados que a iniciativa de gravar a mensagem partiu do presidente. Lula, porém, disse em pronunciamento a ministros, também nesta sexta, que Galípolo o convenceu de que era preciso pacificar a relação com o mercado.
Os aliados do presidente já defendiam que ele mandasse um recado para tentar reverter a crise com o mercado e, consequentemente, amenizar a alta do dólar.
Erros na comunicação
Enquanto o pacote fiscal era discutido, houve uma divisão no governo: membros da equipe econômica, entre eles Haddad e Tebet, defenderam a tese de que a divulgação do pacote deveria tratar apenas de medidas de contenção de custos, sem misturar o tema com mudança no Imposto de Renda.
Outro grupo, que incluía auxiliares de Lula no Palácio do Planalto e ministros da área social, queria que o anúncio combinado evitasse a ideia de que o governo petista estava cortando gastos apenas em medidas que afetavam a população de baixa renda. Esta tese prevaleceu.
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