Ao lado de Galípolo, Lula diz que não haverá interferência no Banco Central e que governo seguirá atento a novas medidas fiscais

Ao lado de Galípolo, Lula diz que não haverá interferência no Banco Central e que governo seguirá atento a novas medidas fiscais


“Que você seja um espelho para que o Brasil veja que estamos consertando o Brasil”, disse Lula.

Foto: Reprodução

“Que você seja um espelho para que o Brasil veja que estamos consertando o Brasil”, disse Lula. (Foto: Reprodução)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou um vídeo nesta sexta-feira (20) ao lado do próximo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Também estiveram presentes o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o Planejamento, Simone Tebet. Na publicação, ele nega interferência no BC.

“Jamais haverá interferência da presidência no trabalho que vocês têm que fazer no BC”, afirmou. “Que você seja um espelho para que o Brasil veja que estamos consertando o Brasil.”

Lula afirmou que continua “mais convencido do que nunca” de que a estabilidade económica e o combate à inflação são as coisas mais importantes para proteger os salários e o poder de compra das famílias brasileiras.

“Tomamos as medidas necessárias para proteger a nova regra fiscal e continuaremos atentos à necessidade de novas medidas”, afirmou.

Dólar

Galípolo disse não entender que o termo “ataque especulativo” representa como está acontecendo o movimento atualmente no mercado.

“Não é correto tentar tratar o mercado como um bloco monolítico, uma coisa, coordenado. O mercado geralmente trabalha com posições opostas, tem alguém comprando e alguém vendendo. Quando o preço do ativo [como o dólar] se move em uma direção, há vencedores e perdedores. O ataque especulativo não representa bem como está acontecendo o movimento no mercado hoje”, declarou Galípolo.

O Banco Central precisa atuar no mercado para buscar um nível de equilíbrio para o dólar, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em café da manhã com jornalistas, o ministro admitiu problemas de comunicação durante a divulgação do pacote de corte de gastos que gerou ruído no mercado financeiro.

“Temos que corrigir esse ‘deslize’ do dólar aqui. Não no sentido de buscar o nível do dólar, almejar uma meta, buscar um nível. O patamar em que o BC deve atuar é o de buscar o equilíbrio. Sempre que houver disfunção por incerteza, insegurança, no mercado de câmbio e de juros, o Banco Central deve promover correções nesse sentido”, declarou Haddad.

Embora tenha defendido as recentes intervenções no câmbio por parte do Banco Central, o Ministro das Finanças reiterou que o regime é um câmbio flutuante, com a autoridade monetária a atuar no mercado apenas em momentos de disfuncionalidade. “O problema do BC é a meta de inflação. Não há mais nada para [a autoridade monetária] tem que se preocupar. Você tem que trazer a inflação para a meta dentro de um prazo adequado para que a meta funcione. Para isso, manterá a taxa de juros restritiva”, acrescentou o ministro.