Tribunal de Justiça do Mato Grosso concede “Vale-Peru” de R$ 10 mil para juízes e servidores

Tribunal de Justiça do Mato Grosso concede “Vale-Peru” de R$ 10 mil para juízes e servidores


O impacto nos cofres públicos com o pagamento do benefício será superior a R$ 2,7 milhões.

Foto: Assessoria TJMT

O impacto nos cofres públicos com o pagamento do benefício será superior a R$ 2,7 milhões. (Foto: Assessoria TJMT)

Uma decisão administrativa do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) concederá mais de R$ 10 mil a todos os funcionários e magistrados do Judiciário, como bônus especial de fim de ano. O documento assinado pela presidente do Conselho da Magistratura, Clarice Claudino da Silva, foi publicado no Diário Eletrônico da Justiça nesta quarta-feira (18).

O TJMT conta com 275 magistrados. Portanto, só com a categoria, o impacto nos cofres públicos com o pagamento do benefício será superior a R$ 2,7 milhões. O número de servidores do Judiciário gira em torno de 5 mil, entre servidores públicos e comissionados.

Segundo o presidente, o pagamento, intitulado “auxílio alimentação” será pago excepcionalmente aos servidores da Justiça na ativa. Segundo o documento, a partir de janeiro, o auxílio-alimentação mensal será reajustado para R$ 2.055. No ano passado, no mesmo período, foi concedido um bônus de R$ 6,9 mil a servidores e magistrados.

A medida ocorre após a Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal em novembro, que investiga um suposto esquema de corrupção na Justiça. A Polícia Federal desencadeou uma operação, em novembro, contra um suposto esquema de venda de decisões judiciais em Mato Grosso e em outros dois estados, cumprindo mandados de prisão e busca e apreensão no Distrito Federal, Mato Grosso e Pernambuco.

Além da prisão preventiva, foram implementadas medidas cautelares como monitoramento eletrônico, afastamento de funções públicas e apreensão de bens. Entre os investigados estão advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados, suspeitos de crimes como organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de segredo funcional. A investigação apura o pedido de dinheiro em troca de decisões judiciais favoráveis, além do vazamento de informações confidenciais, incluindo detalhes de operações policiais.

Relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), baseado em dados de 2023, apontou que Mato Grosso é o segundo estado do país que mais gasta com a categoria. Por mês, cada magistrado gera um custo mensal de R$ 116 mil, o que coloca o estado atrás apenas do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), com R$ 120,3 mil, e à frente do Tribunal de Justiça do Tocantins ( TJTO), que registrou R$ 111 mil.

O CNJ destacou que os três Estados são os únicos do país onde o custo médio mensal por juiz ultrapassa R$ 100 mil, e contrasta com o teto constitucional, que é de R$ 44 mil, referente ao salário do Supremo Ministros do tribunal. Tribunal Federal (STF).

O Conselho explicou que o custo médio calculado inclui despesas como benefícios, encargos sociais, previdência social, imposto de renda, diárias, passagens, indenizações e outros valores relativos à ação judicial. Esses custos não representam os salários dos magistrados, mas sim o gasto total da Justiça com cada profissional.