O Ministério Público Eleitoral (MPE) apresentou denúncia contra a prefeita reeleita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), e o vereador reeleito Julinho Rossignoli (PP) por suspeita de abuso de poder político e econômico durante o mandato deste ano. período eleitoral. A ação inclui denúncias de desvio de recursos públicos e cooptação de votos em reuniões envolvendo servidores da administração pública.
Segundo o Ministério Público Eleitoral, Julinho Rossignoli possui uma ONG chamada AMDAR, que mantém parceria com seis creches da Rede Pública Municipal. Essas creches são administradas pelo Centro de Assistência Social e Cidadania (CASCID), que é uma organização social.
Segundo a denúncia, os diretores dessas seis creches convocaram os funcionários para uma reunião no dia 24 de agosto — durante o período de campanha eleitoral — com cerca de 100 funcionários no total. Durante a reunião, Julinho e Margarida teriam pedido votos, conforme mostram vídeos obtidos pelo Ministério Público.
Julinho na campanha não andou oficialmente com Margarida. O vereador é filiado ao PP, que apoiou Charlles Evangelista (PL) para prefeito. Há diversas fotos de Julinho e Charlles se abraçando e fazendo campanha, inclusive nas redes sociais do próprio vereador.
Outro ponto levantado pelo MP envolve o envio de R$ 900 mil em emendas parlamentares por Julinho para essas creches em 2024. O MP coletou provas de que os diretores das creches enviaram dinheiro para a campanha do vereador. Além disso, Julinho também recebeu recursos de comissionados da Câmara Municipal.
Com base nessas acusações, o Ministério Público solicita:
- A revogação do diploma de reeleição de Julinho Rossignoli;
- A devolução de R$ 900 mil aos cofres públicos;
- Inelegibilidade por oito anos;
- O cancelamento dos votos recebidos pelo candidato.
Sobre este último ponto, caso o Tribunal aceite, haverá nova contagem do quociente eleitoral, alterando o resultado da eleição.
Em nota – a íntegra está no final do texto – a defesa de Julinho Rossignoli informou que não há irregularidade nos atos denunciados pelo Ministério Público Eleitoral. “O vereador esclarece que já apresentou a sua defesa, comprovando a inexistência de qualquer abuso de poder político ou económico, bem como a regularidade da propaganda eleitoral da sua campanha. decidido nos autos das contas de provisões, inclusive as doações eleitorais recebidas”, afirmou a defesa.
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No caso de Margarida, o Ministério Público considera que a sua conduta não é qualificada como muito grave. Por isso, o Ministério Público pede apenas a aplicação de multa ao prefeito eleito. Em nota, a defesa de Margarida informou que “suas contas foram devidamente aprovadas e, respeitando a vontade do povo de Juiz de Fora, serão certificadas pela Justiça Eleitoral no dia 19/12”.
Leia a íntegra da defesa de Julinho
“Em relação à ação judicial movida pelo Ministério Público Eleitoral, em andamento perante a 153ª Zona Eleitoral, o vereador esclarece que já apresentou defesa, comprovando a inexistência de qualquer abuso de poder político ou econômico, bem como a regularidade na sua campanha de propaganda eleitoral os fatos são os mesmos e não se sustentam, como já foi decidido nos documentos contábeis, inclusive no que diz respeito às doações eleitorais recebidas.
Em relação às alterações parlamentares, não há acusação de irregularidade nas nomeações, nem mesmo na sua execução, sendo certo que o vereador atribuiu dezenas de alterações parlamentares a diversas associações e para diferentes fins, de acordo com a legislação, com o Poder Executivo sendo responsável por todos os procedimentos. relativos às suas execuções.
Sobre a reunião do Centro de Assistência Social e Cidadania – CASCID, ocorrida no dia 24/08/2024, o vereador informa que foi convidado a participar de uma conversa com a comunidade, que ocorreu em local privativo e após realização uma reunião pedagógica naquela instituição, não há proibição legal para isso.
O vereador se formará normalmente no dia 19/12/2024, consagrando mais uma etapa no respeito à vontade popular, manifestada pelos resultados das urnas”.
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