SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Mecanismo emergencial de conteúdo viral, maior transparência e uma espécie de autorregulação fiscalização das redes sociais são alguns dos pontos expostos em livro que provavelmente é uma das principais referências do ministro Luís Roberto Barroso sobre o assunto.
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) deverá votar nesta quarta-feira (18) a retomada do julgamento do Marco Civil da Internet, que trata da responsabilidade do plataformas pelo conteúdo postado pelos usuários.
O ministro tem especial proximidade com a obra citada por dois motivos: foi ele quem escreveu a apresentação e é pai do autor.
Lançado há dois anos, “Liberdade de Expressão e Democracia na Era Digital” (editora Fórum) foi escrito pela advogada Luna Van Brussel Barroso como resultado de sua dissertação de mestrado em direito público, aprovada com distinção na Uerj (Universidade do Estado de Rio de Janeiro). Janeiro).
Em linha com o que o ministro sinaliza em gestos públicos, o livro defende o que seria uma posição intermediária entre a legislação existente para plataformas e os dois votos já dados no julgamento, dos ministros Dias Toffoli e Luiz Fux.
Atualmente, de acordo com o artigo 19 do Marco Civil da Internet, as empresas só podem ser responsabilizadas por publicações de terceiros se não agirem após decisão judicial, com exceção dos casos de violação de direitos autorais e de imagens de nudez não consensuais.
Já os votos de Toffoli e Fux preveem a declaração de inconstitucionalidade do artigo e a definição, pelo tribunal, de um escopo muito mais amplo de temas e situações em que as big techs poderiam ser responsabilizadas.
As manifestações de ambos foram vistas por diferentes setores como genéricas, colocando o Brasil em risco de ter um modelo que não existe em nenhuma grande democracia do mundo.
Na semana passada, Barroso pediu a revisão do caso, num gesto entendido como uma tentativa de retomar o debate em termos diferentes, já que agora o ministro será o primeiro a votar a volta do julgamento, e não o último.
Ressaltando que não tem acesso antecipado ao cargo do pai, Luna diz esperar uma votação intermediária.
“O que eu poderia dizer, objetivamente, olhando para suas declarações anteriores sobre questões de liberdade de expressão, é que ele sempre se preocupou com a censura, inclusive aquela inspirada em bons propósitos”, afirma o advogado.
“Mas, em outras ocasiões, ele também apontou a percepção de que a internet não pode ser um espaço sem lei. Então, acho que podemos antecipar uma votação que considere esses dois elementos”.
Conheça a seguir os principais trechos de seu livro, que faz doutorado sobre o tema na USP, e veja o que a obra sinaliza sobre a posição do presidente do STF no julgamento.
1) Ponderação
Na apresentação do livro, o presidente do STF deixa claro sua concordância com a abordagem do livro ao destacar tanto a necessidade de regulamentação da plataforma quanto a preocupação com a liberdade de expressão.
“O texto busca conciliar, na justa medida, ousadia e prudência: o reconhecimento da necessidade de regulamentação das redes sociais e os cuidados necessários para proteger a liberdade de expressão do pensamento, direito sempre em risco na experiência histórica brasileira”, escreve. .
O ministro reconhece ainda a “valiosa contribuição” do trabalho no que diz respeito ao comportamento inautêntico dos utilizadores e à disseminação de desinformação.
2) Análise geral
Luna defende que qualquer responsabilização das plataformas deve basear-se numa análise sistémica de moderação, e não em casos específicos.
“Isso ocorre porque, nos casos mais difíceis sobre liberdade de expressão, pessoas bem-intencionadas podem discordar sobre a avaliação da legalidade ou ilegalidade do discurso. E o medo de responsabilidade das plataformas pode levar à remoção de conteúdo excessivo para evitar sanções subsequentes. “, diz ele.
Em relação às exceções ao artigo 19 do Marco Civil, que já abrangem a nudez, ela afirma que poderão eventualmente ser ampliadas “para outros conteúdos cuja ilegalidade também seja objetivamente verificável”.
“Mas considero importante destacar que os crimes contra a honra não são objetivos e não devem, em hipótese alguma, constar de nenhuma lista”.
3) ‘Auto-regulação regulamentada’
No livro, a advogada propõe um modelo que chama de “autorregulação regulada”, em que as plataformas teriam autonomia para estabelecer políticas de regulação de conteúdo, mas haveria exigências de transparência das informações a toda a sociedade e a um órgão de controle.
Este órgão, composto maioritariamente pela sociedade civil, verificaria o cumprimento das políticas de moderação das plataformas.
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Em entrevista com Folha em 2022, ela afirmou que o Comitê Gestor da Internet no Brasil poderia desempenhar esse papel se fosse capacitado para isso.
4) Mecanismo de emergência
O livro também defende o estabelecimento de uma espécie de mecanismo de emergência para evitar danos irreversíveis. Quando determinado conteúdo viralizasse em ritmo muito acelerado – ritmo que seria previamente estabelecido –, o compartilhamento seria suspenso enquanto se aguarda análise da plataforma.
Se o material não fosse considerado ilegal ou prejudicial, poderia ser compartilhado novamente.
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