05/06/2024 – 20:56
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Reunião da Comissão de Estradas e Transportes
As obras de ampliação do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, foram alvo de reivindicações da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados. A audiência pública discutiu os projetos de melhorias previstos para 2024.
Ainda para este ano está prevista a implantação de um bolsão para carros de aplicativo e uma praça de pick-up com 72 vagas para embarque de passageiros, a reorganização de vias e meios-fios, a renovação do sistema de ar condicionado, a reforma dos banheiros e o ampliação da sala de embarque remota.
De acordo com o contrato de concessão com a espanhola Aena, que assumiu a operação de Congonhas em outubro do ano passado, todas as grandes obras serão concluídas até junho de 2028, incluindo um novo terminal de passageiros, com área de embarque e desembarque. de 105 mil metros quadrados – o dobro do tamanho atual.
O CEO da Aena Brasil, Santiago Yus, falou sobre o orçamento para as reformas. “Estamos agora na fase de engenharia e, até a contratação das construtoras, não temos realmente valores definitivos, mas nossa estimativa é que serão R$ 4,5 bilhões, sendo R$ 2 bilhões para Congonhas e outros R$ 2 bilhões. , 5 bilhões para outros dez aeroportos do nosso bloco”, explicou.
Desafios
O diretor executivo do aeroporto, Kleber Almada Meira, afirmou que o projeto de expansão foi desafiador, dadas as restrições de uso de áreas em uma região muito populosa e as obrigações do contrato de concessão. Entre os principais problemas estavam a distância entre os táxis aéreos e as pistas de pouso e decolagem, posições de parada para aviões maiores e novas pontes de embarque.
Com 19 novas pontes de embarque, os chamados dedos, o aeroporto poderá aumentar em 70% o número de embarques. Atualmente, existem 12 dedos.
“Existe uma obrigação da Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] em garantir que pelo menos 70% das pessoas embarquem nas pontes. Hoje, o número é de apenas 50%. Então, como construir novas pontes, com espaço limitado?”, questionou.
Com as obras, o aeroporto, que atualmente tem capacidade para 30 aviões com restrições, poderá receber 37 aviões, inclusive de maior porte, como o Airbus A321. Com isso, a capacidade operacional permitirá atender 30 milhões de passageiros por ano, que contará com 17 canais de fiscalização (7 a mais que atualmente).
Impactos
Durante a audiência pública, houve divergências entre os convidados e o deputado Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), que solicitou o debate. O deputado afirmou que a prefeitura não encontrou documentos sobre o impacto da ampliação do aeroporto no bairro e compensações urbanas.
Mas o diretor do aeroporto, Kleber Meira, afirmou que houve reunião com o governo para discutir os projetos e que os estudos estão dentro do prazo para obtenção das licenças.
O deputado Antonio Carlos Rodrigues lembrou que o terminal desempenha papel crucial na mobilidade e conectividade da cidade de São Paulo e regiões adjacentes.
“Fui vereador na capital, eu sei disso. Há um peru num pires. Quero ver como a estrada será resolvida. A estrada não está em condições. Eu uso o aeroporto toda semana. Venho de Panambi, o trânsito está completamente parado e queria saber que solução mágica a Espanha vai dar para a nossa capital”, disse o deputado.
Em resposta, o diretor da Aena Brasil afirmou que 60% dos carros que passam pelo terminal de Congonhas são motoristas de aplicativo. Segundo ele, será construído um bolsão com 150 vagas para esses motoristas e, futuramente, o fluxo será direcionado para uma praça no estacionamento superior do prédio-garagem do aeroporto.
Está prevista também a ampliação de todas as vias próximas, além da integração do terminal aéreo ao metrô, com a inauguração da linha 17 ouro, em 2026.
Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Edição – Ana Chalub
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