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A Editorial Sul
| 5 de junho de 2024
Flávio negou atender interesses pessoais com a pauta.
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Flávio negou atender interesses pessoais com a pauta. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que fará alterações na Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que ficou conhecida como “PEC das Praias”, para deixar claro que o texto não autorizará a privatização de trechos da rede brasileira costa. Relator do projeto no Senado, negou atender interesses pessoais com a pauta.
“Não sou dono da área beneficiada, não estou tirando dinheiro do Neymar nem do projeto que ele vai realizar. Isto é narrativa. Quero desconstruir as fake news sobre a privatização das praias”, disse o senador em entrevista ao jornal O Globo.
Segundo o senador, o objetivo da PEC é eliminar os impostos cobrados desde o século 19 e incentivar novos investimentos no setor turístico do país. “[Pretendo] acabar com o foro, o laudêmio e a taxa de ocupação, para dar segurança jurídica para que as pessoas possam ser de fato donas”, disse ao jornal.
A PEC prevê a transferência das chamadas “terras marinhas” para estados, municípios ou proprietários privados (entenda os principais pontos do projeto). O projeto, que atualmente está em discussão no Senado, gerou polêmica depois que opositores e ambientalistas entenderam que o texto abre a possibilidade de privatização de terras no litoral que hoje pertencem à União.
Atualmente, a União permite que proprietários privados, sejam pessoas físicas ou jurídicas, utilizem e transfiram “terras de marinha”, desde que paguem o laudêmio, taxa que deixaria de existir caso a PEC fosse aprovada.
Segundo Flávio Bolsonaro, as praias não serão bloqueadas caso a PEC seja promulgada. “O direito de passagem já existe hoje, o que obriga o proprietário privado a garantir o acesso a algo público como a praia”, disse à Globo.
A Constituição Federal prevê que essas terras sejam bens da União, sem qualquer relação com a Marinha das Forças Armadas. Segundo estimativas da Secretaria de Gestão do Patrimônio da União (SPU), existem cerca de 2,9 milhões de imóveis localizados em terrenos marinhos.
Destes, o Ministério da Gestão e Inovação possui atualmente um total de 564 mil imóveis cadastrados, resultando em uma arrecadação de R$ 1,1 bilhão em taxas em 2023. Os imóveis estão localizados em uma faixa de 33 metros até dentro do continente, com base em a linha média da maré alta, que leva em consideração as marés máximas registradas em 1831.
A PEC, por sua vez, propõe o fim da premiação para quem adquirir 17% da participação que a União tem nos imóveis.
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“Não vou tirar dinheiro do Neymar”, diz Flávio Bolsonaro ao chamar de fake news a “privatização das praias”
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