Ministro da Justiça detalha a deputados PEC do Sistema Único de Segurança – Notícias

Ministro da Justiça detalha a deputados PEC do Sistema Único de Segurança – Notícias


12/03/2024 – 20:38

Renato Araújo/Câmara dos Deputados

Lewandowski falou à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado

Convocado para comparecer à Comissão de Segurança Pública da Câmara, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, apresentou aos deputados as linhas gerais da proposta de emenda à Constituição que o governo pretende encaminhar ao Congresso para constitucionalizar o Sistema Único de Segurança Pública. Lewandowski também respondeu a perguntas de parlamentares. No total, foram 21 pedidos de comparecimento do ministro à Comissão, todos de representantes da oposição.

Sobre a proposta de emenda à Constituição (PEC) sobre segurança pública, o ministro da Justiça garantiu que ela não interferirá na competência dos estados, que continuarão a ser responsáveis ​​pelas polícias Militar e Civil, nem dos prefeitos, que continuam a ser responsáveis ​​pelas guardas municipais.

Segundo Lewandowski, o principal objetivo da medida é permitir uma atuação coordenada da União, dos estados e dos municípios e garantir uma fonte permanente de recursos para o setor de segurança. “Assim como na saúde e na educação, o sistema precisa ser alimentado com um fundo constitucional, que não seja contingente e possa irrigar os sistemas em todas as esferas.”

Carregando armas
Um dos principais questionamentos dos deputados foi em relação à regulamentação do porte e porte de armas, bem como dos clubes de tiro. Autor de sete pedidos de intimação de Lewandowski, o deputado delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) reclamou da política “desarmamentista” do governo.

Segundo o deputado, a afirmação de que quanto maior o número de armas em circulação, maior o número de crimes, é falsa e contradiz a matemática. Ele comparou dados dos EUA, que têm mais ou menos 400 milhões de armas e 22 mil homicídios por ano, com os do Brasil, que tem cerca de 3 milhões de armas, quase o dobro do número de homicídios anuais.

“Essa é a diferença entre realidade e política. Um cidadão cumpridor da lei deveria ter acesso a uma arma de fogo para proteger sua família, e um criminoso não deveria ter acesso, mas a política do governo Lula é que os cidadãos não deveriam ter uma arma de fogo.” Bilynskyj também acusou o governo federal de querer fechar 95% dos clubes de tiro no Brasil.

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Van Hattem acusa o governo de persegui-lo

Lewandowski explicou que o decreto governamental que regulamenta as discotecas prevê que esses locais funcionem das 18h às 22h durante a semana. Nos finais de semana, poderão funcionar durante o dia, das 8h às 22h. O padrão também permite rifles calibre 22 e armas aéreas.

Lewandowski garantiu que a norma não prejudica os clubes, e destacou ainda que regulamentar o uso de armas é prerrogativa inequívoca do Executivo. “Não há prejuízo para os clubes de tiro, que têm direito adquirido, mas também é verdade que, mesmo que o tenham, é competência inequívoca do Poder Executivo regular o seu funcionamento, competência própria do Poder Executivo” .

Marcel van Hattem
Outro tema bastante discutido na audiência com o ministro da Justiça foi o indiciamento do deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), por suposto crime contra a honra de delegado da Polícia Federal no plenário da Câmara. Van Hattem argumentou que o processo representa um “ataque à democracia”, uma vez que, segundo a Constituição, os parlamentares têm imunidade para expressar opiniões no exercício do seu mandato.

“O que acontece no comunismo é isto: perseguição. O que diz o parecer da Câmara sobre o que está acontecendo comigo: perseguição. O Parlamento não pode ser alvo de interferências externas que possam impedir o pleno exercício do seu mandato.”

Segundo Ricardo Lewandowski, o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que a imunidade parlamentar não é absoluta. Segundo o ministro, deputados e senadores podem ser processados ​​por crimes contra a honra, que são injúria, calúnia e difamação.

Reportagem -Maria Neves
Edição – Georgia Moraes



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