Disponível na Netflix, a minissérie Sena foi baseado em materiais biográficos da vida do piloto brasileiro para levar a história às telas. No geral, a produção é bastante fiel no tratamento da carreira de Senna: corridas icônicas como a vitória na Fórmula 3 com ajuda de fita adesiva e o triunfo em Interlagos em que venceu preso na sexta marcha — e acabou tão exausto que teve para serem retirados do carro – eles realmente aconteceram, por mais inacreditáveis que possam parecer. Nem tudo o que é retratado na trama, porém, aconteceu na vida real, principalmente em sua vida pessoal, que é abordada de forma mais superficial. Confira três pontos onde a série foge da realidade:
Quem é Laura Harrison
Interpretada por Kaya Scodelario, a personagem não existia na vida real. Laura, na verdade, é uma figura fictícia criada para representar a complexa relação de Senna com a mídia. Na trama, Laura, assim como Kaya, é filha de mãe brasileira e pai inglês, e acompanha a carreira de piloto desde a Fórmula Ford, na Inglaterra, até o acidente fatal no GP de San Marino. Ela é responsável por uma série de matérias que elogiam o piloto brasileiro, mas também por algumas matérias menos carinhosas, como uma que questiona se o piloto é um mau exemplo após conquistar seu tricampeonato em 1991 após acertar Prost na largada.
Caso com mulher real
No segundo episódio, Senna se apaixona por uma mulher em uma festa que antecede o GP de Mônaco de 1984, sua primeira grande atuação na Fórmula 1, ainda com a Toleman. Galvão Bueno avisa que o nome da mulher é Malena e ela faz parte da realeza local. “Duquesa, baronesa, tanto faz”, diz o jornalista, sem saber o título exato. Os dois saem juntos da festa e, após uma noite de sexo, Malena diz a Senna que, para ser respeitado em Mônaco, é preciso agir como um rei — uma referência ao título conquistado pelo piloto ao dominar as ruas de Monte Carlo . É para ela também que Senna diz a famosa frase de que a chuva iguala os carros, mas não os motoristas. Malena, no entanto, não existiu, e não há relatos confiáveis de que ele estivesse envolvido com alguém da realeza, embora alguns casos de amor rápidos sejam descritos em sua biografia.
O primeiro encontro com Galisteu
Adriane Galisteu (Julia Foti) quase não aparece na trama e, quando aparece, não é na forma como os acontecimentos realmente se desenrolaram. A personagem é apresentada no penúltimo episódio, quando aparece dançando com Senna em uma festa de comemoração de sua vitória em Interlagos, em 1993. Na trama, ela troca beijos com Ayrton antes de lhe entregar seu telefone em um guardanapo. De acordo com a biografia Ayrton, o herói revelado, e o livro O Caminho da Borboletapor Galisteu Adriane, os dois não permaneceram naquela noite. Ela relata, inclusive, que um amigo de Senna, que se identificou como conselheiro, pediu seu telefone durante a corrida e que ela foi convidada, junto com outras modelos, para participar da comemoração. Lá, ela parabenizou Senna pela vitória com um aperto de mão, e foi chamada por ele para comemorar com champanhe. A princípio, Galisteu recusou a oferta, mas lembrou a Senna que tinha seu telefone. No dia seguinte, a modelo foi convidada para um churrasco na casa de Senna, em Angra, onde o romance começou de fato. a ligação entre os dois antes do GP de Mônaco também foi reduzida: na ligação, além de demonstrar preocupação, como mostra a minissérie, Galisteu também defendeu o adiamento da prova.
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