Repatriação de 600 brasileiros do Reino Unido foi voluntária

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A Editorial Sul

| 2 de dezembro de 2024

As informações são do Ministério das Relações Exteriores

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A suposta deportação de 600 brasileiros do Reino Unido em voos “secretos” foi uma ação voluntária de brasileiros que aceitaram retornar ao Brasil, segundo o MRE (Ministério das Relações Exteriores). A medida causou preocupação por parte de uma entidade que trabalha com imigrantes latino-americanos no Reino Unido.

Em nota, o Itamaraty informou que não se trata de deportação, que é quando um estrangeiro é obrigado a deixar o país. “É importante esclarecer que não se trata de uma deportação, mas sim de uma decisão voluntária dos participantes de aderir à iniciativa britânica”, afirmou o MRE.

Os brasileiros participaram do Serviço de Retorno Voluntário (VRS), que oferece auxílio financeiro e passagens aéreas em voos comerciais a estrangeiros sem autorização legal para permanecer no país.

“O processo de retorno voluntário proposto pelo Reino Unido está alinhado aos princípios da assistência consular brasileira que, em casos específicos, também financia viagens de brasileiros em situação de privação ao exterior, além de contar com parceria de natureza semelhante com o OIM (Organização Internacional para as Migrações). A anuência brasileira ao programa baseia-se na exigência de que a participação nacional seja voluntária e poderá ser revista, a qualquer momento, caso estes termos sejam alterados”, acrescentou o Itamaraty.

Segundo o jornal britânico The Guardian, que apurou o número de 600 brasileiros supostamente deportados, nunca houve um número tão grande de pessoas da mesma nacionalidade retiradas do Reino Unido.

A organização de direitos humanos CLAUK (Coalizão de Latino-Americanos no Reino Unido) viu a ação com preocupação devido aos “níveis sem precedentes de retornos voluntários entre brasileiros. Entre eles, muitas crianças que estavam instaladas nas escolas estão agora desenraizadas.”

A coligação alerta que faltam dados oficiais sobre os latino-americanos que participam no programa para saber se os imigrantes tiveram os seus direitos respeitados. “O governo deve responder aos apelos do nosso sector por caminhos justos, acessíveis e seguros para a cidadania e para o estabelecimento das muitas comunidades que vivem no Reino Unido”, concluiu a organização.