BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Evento realizado nesta sexta-feira (29/11) no Palácio do Planalto tinha como objetivo anunciar investimentos em uma série de obras de infraestrutura em São Paulo, mas acabou cedendo à denúncia do governo federal contra a tentativa de golpe de estado e defesa da democracia.
Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), ambos apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), altos ministros do governo Lula (PT) criticou os atos golpistas e a trama de assassinato revelada pelas investigações da Polícia Federal.
“Não é fácil para um presidente e um vice-presidente, que foram ameaçado de morteum golpe de Estado e tudo o que vimos recentemente, mantêm a mesma atitude de compromisso e respeito ao voto popular”, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Esta foi a primeira viagem de Tarcísio de Freitas ao Palácio do Planalto, após a Polícia Federal indiciar Bolsonaro e outras 36 pessoas por uma conspiração golpista para impedir a posse de Lula após sua vitória nas eleições presidenciais.
Na terça-feira (26/11), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou o sigilo da investigação da PFe os documentos foram encaminhados à Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável por analisar as provas e decidir pela denúncia ou não dos investigados.
Segundo o relatório final, o ex-presidente liderou a trama golpista no final de 2022, e a ruptura democrática não foi alcançada devido a “circunstâncias fora de seu controle”.
Segundo a PF, “as provas obtidas ao longo da investigação demonstram inequivocamente” que Bolsonaro “planejou, agiu e teve controle direto e efetivo sobre os atos executórios praticados pela organização criminosa que visava dar golpe de Estado e abolir do Estado Democrático de Direito”.
A PF diz ainda que uma série de diálogos entre interlocutores, análises de locais de celulares e datas e locais de reuniões indicam que o ex-presidente sabia de um plano para matar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Após a fala de Mercadante no evento, Rui Costa, ministro da Casa Civil, foi ainda mais enfático, referindo-se a Lula.
“Você mostra, mais do que nunca, a figura de um estadista que não treme um milímetro, mesmo com todas as informações e notícias que vieram à tona, daqueles que tramaram um golpe de Estado. um nesta sala e no país imaginei que poderia acontecer que alguém tivesse coragem de tramar a captura, o sequestro, a morte de um ministro do Supremo Tribunal Federal, de um presidente da República eleito e de um vice eleito. -presidente da República”, disse Costa.
O ministro da Casa Civil também chamou a atenção para o apoio internacional dado a Lula. “Você mostra a força e a convicção de estadista que é, o que ficou claro na reunião do G20, colocando na mesma sala o que nem as reuniões da ONU conseguiram, reunindo ao mesmo tempo, ao mesmo tempo, tantos líderes do país.”
Outro ministro que falou sobre o tema foi o vice-presidente Geraldo Alckmin. “Quero começar aqui por celebrar a democracia. Como é bela a democracia. Depois das eleições, os entes federados a trabalharem juntos, para o bem comum”, afirmou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Ao contrário do que normalmente acontece neste tipo de evento realizado no Palácio do Planalto, Lula não se pronunciou e limitou-se a trocar cumprimentos e palavras diretas com Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes.
O governador e prefeito de São Paulo não fizeram menção às revelações trazidas pela investigação golpista. Em seus discursos, procuraram apenas destacar as parcerias em obras, com apoio do BNDES e do governo federal.
Logo após o indiciamento de Bolsonaro e de outras 36 pessoas, Tarcísio usou suas redes sociais para defender o ex-presidente e afirmou que a investigação da PF “carece de provas”. “Precisamos ser muito responsáveis com acusações graves como essa. O presidente respeitou o resultado da eleição e a posse ocorreu com total normalidade e respeito à democracia”, afirmou.
Alckmim também mencionou a diferença de tratamento dado hoje pelo governo federal aos gestores locais, em comparação com os tempos da ditadura.
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“Estava me lembrando de quando era prefeito da minha cidade natal, no triste período da ditadura no Brasil, onde nós, prefeitos, éramos separados por partido político. Lembro-me de uma reunião em Paraíbuna, com a presença do Presidente da República, que a cor do meu crachá era diferente. As pessoas estavam separadas. Só as pessoas do partido do presidente tinham uma reunião. [vamos] celebrar a democracia, que é o respeito ao povo, grande protagonista das mudanças no país”.
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