O governo proporá ao Congresso o correção da tabela IRPF (Imposto de Renda de Pessoa Física) em 2025 para garantir a manutenção da faixa de isenção de dois salários mínimos.
Caso a tabela não seja reajustada, quem ganha menos de dois salários mínimos poderá começar a pagar o imposto no próximo ano devido ao reajuste anual em seu valor. A intenção do governo é evitar que isso aconteça.
Para 2025, a faixa de isenção passará de R$ 2.259,20 para R$ 2.414,40. Com desconto simplificado de R$ 603,60, ficarão isentas as pessoas que recebem até R$ 3.018, equivalente a dois salários mínimos com base no salário mínimo estimado na proposta orçamentária (R$ 1.509).
A proposta de Orçamento de 2025, enviada em agosto, deixou de fora a correção da faixa de isenção na tabela do IRPF. O Ministério da Fazenda ainda não informou qual será a medida compensatória para financiar a perda de arrecadação com o reajuste na faixa de isenção da tabela no próximo ano.
A mudança será encaminhada ao Congresso junto com as alterações no Imposto de Renda anunciadas pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) em discurso na noite desta quarta-feira (27).
Para 2026, o governo anunciou isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. A medida deverá ser discutida ao longo do próximo ano para entrar em vigor em 2026, ano das eleições presidenciais.
A medida terá um desenho diferente, pois a simples correção da faixa de isenção para R$ 5 mil atingiria toda a base de contribuintes, inclusive aqueles que ganham valores acima disso, com impacto muito maior nas contas do governo.
O modelo proposto pelo governo prevê a manutenção da faixa de isenção até R$ 2.414,40 (como deverá vigorar a partir de 2025) e a concessão de desconto (que funciona como redução do imposto a pagar).
Esse desconto será integral para quem ganhar até R$ 5 mil. Quem tem renda entre R$ 5.000,01 e R$ 6.980 ainda terá desconto, mas será parcial e decrescente. Essa rampa de saída foi criada para manter a progressividade do IRPF, sem aumento abrupto do imposto para quem ganha pouco mais de R$ 5 mil, além de evitar o efeito colateral perverso de incentivar as pessoas a mascarar sua renda em busca de ter direito ao desconto .
Acima de R$ 6.980, o mecanismo será mantido como é hoje: combinação de faixa de isenção e desconto simplificado para garantir isenção de até dois salários mínimos.
Na coletiva de imprensa para detalhar a proposta, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, chegou a dizer que essa faixa intermediária, que ainda beneficiaria do desconto do IR, subiria para a renda de R$ 7,5 mil. O mesmo valor foi citado por Haddad na noite desta quarta-feira (27), em reunião com parlamentares da bancada petista para apresentação do pacote.
Porém, o Ministério da Fazenda esclareceu à Folha que o valor correto da tabela proposta pelo governo é de R$ 6.980. Segundo técnicos da Fazenda, a soma desse valor com o desconto simplificado poderia chegar a aproximadamente R$ 7,5 mil mencionados por Durigan e Haddad. Mas isso vai depender de caso a caso, enfatizam.
Segundo Durigan, a decisão do governo de restringir a isenção à renda de até dois salários mínimos para quem ganha acima dos valores citados é o que reduz a perda de arrecadação em decorrência da medida. Ele classificou as projeções dos analistas do mercado financeiro como superestimadas e atribuiu isso ao desconhecimento desse detalhe.
A ampliação da isenção do IR será compensada pela criação de um imposto mínimo para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês (ou R$ 600 mil por ano), com alíquota de até 10%. O governo espera arrecadar R$ 35 bilhões com a nova tributação.
Tributar os super-ricos virou bandeira de Lula e do PT, que pretendiam incluir no pacote medidas para o chamado piso superior. Isto funcionaria como uma espécie de contraponto político às medidas de contenção de custos, que afetarão inclusive a política de aumento do salário mínimo.
Contribuintes com rendimentos elevados no Brasil tendem a ter seus rendimentos concentrados em rendimentos isentos, como lucros e dividendos. Portanto, embora a tabela do IRPF preveja encargos nominais de até 27,5%, a alíquota efetiva é bem menor no topo – às vezes abaixo de 2%.
A cobrança sobre os grandes rendimentos procura equalizar esta diferença. A cobrança será progressiva, atingindo a alíquota integral de 10% quando o faturamento total ultrapassar R$ 1,2 milhão.
Na coletiva, Durigan ainda disse que a cobrança máxima seria para aluguéis a partir de R$ 1 milhão. No entanto, esta informação também foi esclarecida pelo Ministério das Finanças.
Segundo o ministério, a alíquota começa em zero para quem ganha exatamente R$ 600 mil por ano e vai aumentando gradativamente. Não há cobrança de faixas, mas sim uma fórmula de cálculo, por meio da qual o Tesouro estima que o imposto mínimo será de 5% para quem ganha R$ 800 mil. Quem ganhasse R$ 1 milhão, por sua vez, estaria sujeito à alíquota de 8%. Acima de R$ 1,2 milhão, vale a cobrança de 10%.
Nem todos serão alvo do imposto mínimo. Quem tem renda acima de R$ 600 mil, mas tem carteira assinada ou retém imposto de renda na fonte, provavelmente não será alcançado, pois já paga impostos em proporção superior à cobrança mínima.
Para saber se o contribuinte estará sujeito ou não ao imposto, é preciso se atentar à chamada alíquota efetiva. Mede quanto de imposto foi pago em relação ao rendimento total, que inclui tanto as parcelas tributáveis como as isentas (isto é, salários, aplicações financeiras, lucros e dividendos, entre outros).
Se a alíquota efetiva paga pelos contribuintes com renda superior a R$ 100 mil mensais fosse de 4%, por exemplo, eles deverão pagar uma parcela suplementar equivalente a 6% no momento da declaração de reajuste, completando os 10% do chamado imposto . mínimo.
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