27/11/2024 – 21h12
Mário Agra/Câmara dos Deputados
Sessão Plenária da Câmara
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (27) um projeto de lei que regulamenta a produção, utilização e comercialização de bioinsumos na agricultura, produção de peixes ou plantio florestal. A proposta será enviada ao Senado.
De autoria do deputado Zé Vitor (PL-MG), o Projeto de Lei 658/21 foi aprovado com texto do relator, deputado Sergio Souza (MDB-PR), que prevê isenção de registro para produção própria, desde que não seja comercializada. Também é estabelecida uma taxa para financiar os trabalhos de registro e fiscalização da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura.
Bioinsumos são produtos ou processos agroindustriais desenvolvidos a partir de enzimas, extratos (de plantas ou microrganismos), microrganismos, macroorganismos (invertebrados) e outros componentes para o controle biológico de insetos, bactérias e fungos, por exemplo. Esses insumos também visam à nutrição, promovendo o crescimento das plantas e substituindo os antibióticos.
O relator, deputado Sergio Souza, afirmou que o Brasil está em posição privilegiada para consolidar sua soberania agrícola por meio da ampliação do uso de bioinsumos produzidos localmente. “Há um enorme potencial de inovações que podem ser geradas para o controle biológico de pragas e doenças, melhorando a fertilidade do solo e a nutrição das plantas”, afirmou.
Segundo Souza, os bioinsumos podem mitigar significativamente a dependência externa de insumos químicos. Ele lembrou que, atualmente, 87% dos fertilizantes e 80% dos agrotóxicos utilizados no Brasil são importados. “É uma questão estratégica para o setor agrícola brasileiro.”
Para o autor do projeto, deputado Zé Vitor, o Brasil está na vanguarda da legislação de bioinsumos. “É uma grande vantagem para o Brasil, que poderá comercializar e exportar tecnologia e garantir a melhoria da gestão dos produtores rurais”, afirmou.
Economia gerada
O uso de bioinsumos para substituir agrotóxicos nas plantações de milho, arroz, trigo, cana-de-açúcar e pastagens pode gerar economia de até 5,1 bilhões de dólares anuais e reduzir as emissões equivalentes de CO₂ em 18,5 milhões de toneladas por ano, segundo o Instituto Interamericano de Cooperação da Agricultura (IICA), citado por Souza.
Segundo pesquisa realizada pela CropLife Brasil, associação de empresas da área, os bioinsumos são amplamente utilizados nas principais culturas brasileiras, com a soja liderando o uso (55%), seguida do milho (27%) e da cana-de-açúcar (12%). ).
O coordenador da Frente Parlamentar da Agricultura, deputado Pedro Lupion (PP-PR), afirmou que a proposta é extremamente necessária. “Os produtores rurais brasileiros estavam esperando por isso. O mundo inteiro está nesta época”, afirmou.
O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Nilto Tatto (PT-SP), elogiou as mudanças no texto para o tratamento diferenciado da agricultura familiar, do cooperativismo e de outras formas associativas. “Temos legislação que irá encorajar um caminho para nos livrarmos dos produtos químicos na agricultura, que são tão prejudiciais para o ambiente e para a saúde”, disse ele.
Segundo o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), a substituição do uso de agrotóxicos por bioinsumos é uma questão central para a agricultura brasileira. “É o início de uma virada no Brasil. Essa forma diferenciada também ajuda muito a agricultura familiar”, disse.
Mais informações em um momento
Reportagem – Eduardo Piovesan e Tiago Miranda
Montagem – Pierre Triboli
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