26/11/2024 – 16h12
Renato Araújo/Câmara dos Deputados
Karine Lopes defendeu mais recursos para a prevenção de desastres naturais
Técnicos do governo que trabalham em ações de mitigação de riscos climáticos disseram aos parlamentares Comissão Mista de Orçamento que é necessário ter recursos constantes no Orçamento para reduzir a necessidade de dinheiro para resposta a catástrofes. Karine Lopes, do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, disse que é necessária uma “quebra” no actual padrão de despesa orçamental.
Ela disse que os recursos em 2024 aumentaram, mas foram destinados ao enfrentamento das enchentes no Rio Grande do Sul e ao combate às secas e às queimadas:
“Há um aumento enorme durante o exercício, mas esse aumento vem exclusivamente em ações de resposta e recuperação. Então, isto afecta muito o planeamento necessário para as actividades de mitigação, prevenção e preparação”, disse.
Karine lembrou que o governo está a preparar o I Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil.
Renato Araújo/Câmara dos Deputados
Rodolfo Moura: R$ 1,7 bilhão para investir em contenção de encostas
Contenção de taludes
Rodolfo Moura, do Ministério das Cidades, disse que o governo conseguiu fazer a seleção para obras de contenção de encostas 12 anos depois do último edital. Está previsto o repasse de R$ 1,7 bilhão às prefeituras e uma nova seleção deve ocorrer em 2025. Mas Rodolfo disse que sempre há tensão em relação à continuidade das obras. Ele disse que os prefeitos estão sempre em busca de novidades sobre repasses.
“Você tem orçamento ou não? Vai fazer orçamento contingencial ou não? Quanto você tem exatamente? Então, o governo do presidente Lula mostrou que há uma prioridade nessa ação, mas essa prioridade precisa ser reforçada”, disse.
Quadro fiscal
Para a deputada professora Luciene Cavalcante (Psol-SP), os recursos necessários devem estar fora da lógica do marco fiscal.
“Precisamos encarar esta discussão dentro desta lógica do quadro ou fora da lógica do quadro, que penso ser a forma correcta de pensarmos num plano estratégico para o nosso país. Um investimento massivo na construção de cidades resilientes e uma nova forma de se relacionar com o ambiente”, notou.
Hoje, os recursos para resposta ao desastre no Rio Grande do Sul estão fora dos limites do quadro devido a um decreto de calamidade pública.
Para o Ministério do Ambiente e Alterações Climáticas, Pedro Alexandre Christ explicou que todas as localidades que serão mais afetadas pelo agravamento das secas e das chuvas estão mapeadas no Plano Climático 2024-2035. O plano cuidará da adaptação de 16 sectores sociais e económicos.
Relatório – Silvia Mugnatto
Montagem – Roberto Seabra
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