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A Editorial Sul
| 23 de novembro de 2024
O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus filhos Carlos, Flávio e Eduardo. (Foto: arquivo pessoal)
A conclusão do inquérito da Polícia Federal com novo indiciamento de Jair Bolsonaro, ontem, o torna inviável para a disputa presidencial de 2026. Por mais que digam o contrário em público, os políticos em torno do ex-presidente não consideram viável recuperar a sua elegibilidade. Por outro lado, chegam à seguinte conclusão: Jair é inelegível, Bolsonaro não.
A frase resgata a possibilidade de “o capitão” passar o bastão aos filhos na corrida ao Planalto. A hipótese, até então praticamente descartada, voltou a ser considerada nas rodas de conversa dos bolsonaristas. Uma leitura interna é que a investigação reavivará a polarização. Mas o DNA familiar é necessário para manter viva a “franquia política” de Bolsonaro, diz um interlocutor.
Três filhos de Bolsonaro são listados imediatamente: Flávio, Eduardo e Carlos. O nome da ex-primeira-dama Michelle aparece à margem, pois a tendência é que ela concorra ao Senado no Distrito Federal.
Flávio é considerado o mais moderado e preferido entre os políticos de centro-direita do grupo. Mas Eduardo é considerado, por enquanto, mais forte no contexto da polarização. Ele está divulgando sua proximidade com Donald Trump e coordena a CPAC – uma convenção conservadora – no Brasil.
Embora a direita considere que uma das vagas no Senado em São Paulo seja uma vitória certa para Eduardo, a aposta é que ele aceitaria “ir ao sacrifício” se fosse necessário para manter a força do bolsonarismo.
Cadastro
Porém, o plano de Jair Bolsonaro (PL) é registrar seu nome como candidato à Presidência da República em 2026, mesmo sendo inelegível ou condenado em processos judiciais. O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, admitiu a possibilidade de seu filho Zero-Três ser vice-presidente. O ex-presidente gostaria de ver o filho concorrer ao governo do estado de São Paulo. Mas teria que descartar o atual chefe do Executivo paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O governador pode atuar como militante eleitoral da candidatura de Eduardo ao Planalto. Se o filho de Bolsonaro perder, terá uma vaga na secretaria do governo de São Paulo. Michelle Bolsonaro também foi considerada vice-presidente, mas a vaga deveria ficar com um dos filhos do ex-presidente.
Por ser inelegível, é certo que a Justiça deverá rejeitar o registro, do qual Bolsonaro recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF), que deverá ter o mesmo entendimento.
Com isso, pretende levantar o debate para fazer uma “defesa política” e declarar sua inocência ao eleitorado enquanto corre a campanha eleitoral.
Sem mais possibilidade de recursos, o candidato a vice-presidente assumiria o cargo de candidato e Bolsonaro tentaria transferir suas intenções de voto para seu sucessor na chapa.
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Jair está fora de 2026: nome Bolsonaro, não
23/11/2024
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