O vereador eleito Pedro Rousseff (PT)sobrinho-neto da ex-presidente Dilma Rousseff, tem fornecido trabalho para a extrema direita em Belo Horizonte, principalmente para seu maior expoente em Minas, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL). Parlamentar petista mais votado nos últimos tempos e sexto lugar entre os 41 vereadores eleitos da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) que tomarão posse em fevereiro, Dilma Rousseff não tem (ainda) milhões de seguidores como seu principal adversário, chamado por ele apenas “pacificador”, apelido pejorativo dado pela esquerda a Nikolas, mas sabe usar as redes como os bolsonaristas.
Eleito com a promessa de liderar a luta contra os métodos da extrema direita na capital na CMBH, Pedro Rousseff tem utilizado as mesmas ferramentas de seus adversários desde a campanha: o confronto político sem reservas nas redes sociais, nas quais tem cerca de 600 mil seguidores no Tik Tok e Instagram.
Nada do que é dito pela extrema direita em Minas Gerais, especialmente por Nikolas, passa despercebido por Dilma Rousseff. Utilizando vídeos curtos, linguagem popular, tendências atuais e às vezes até linguagem agressiva contra adversários, e sem perder tempo com notícias, o vereador eleito viralizou com seus vídeos nas redes e também concorria com a extrema direita.
Há quem no partido condene a táctica e quem pense que a regulação, e não a adopção dos mesmos métodos, poderá ser a solução para o massacre que sofrem as forças progressistas neste confronto virtual que assola uma terra sem lei.
Mas é impossível negar a força da direita nas redes sociais que, com seu discurso polarizado e monetizado, vem utilizando essas ferramentas para cultivar seus valores e reverberar sua visão de mundo, deixando a esquerda ver navios ou perder eleitores.
“A extrema direita só aprenderá quando encontrar pessoas e atores políticos que a ataquem sem medo”, afirmou Dilma Rousseff em recente entrevista concedida ao portal nacional de notícias do PT, já de olho na jovem liderança. Ele tem apenas 24 anos. Seu método de comunicação virtual com o eleitorado é uma alternativa a uma das fragilidades do governo Luiz Inácio Lula da Silva desde o seu primeiro mandato e que continua a lutar na atual gestão.
Multas
O deputado estadual Bruno Engler (PL)derrotado no segundo turno da disputa pelo comando da Prefeitura de Belo Horizonte, pagou R$ 45 mil em multas aplicadas pela Justiça Eleitoral devido a irregularidades em sua campanha eleitoral, principalmente ataques ao seu adversário, o prefeito reeleito Fuad Noman (PSD). O valor das multas, que consta em seu relatório final à Justiça Eleitoral feito neste mês, representa 0,19% dos R$ 22,5 milhões que o candidato gastou em sua campanha fracassada e agressiva.
Anistia, não
Os movimentos sociais convocaram para o próximo dia 8 de dezembro, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, um ato contra uma possível anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, que culminou na invasão da sede dos Três Poderes em Brasília e com a recente descoberta de um plano de membros do Exército para prender e matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. De acordo com o apelo, “as detenções de conspiradores militares do golpe são um passo importante para garantir a responsabilização e a justiça pelos actos de violência e desrespeito pela democracia. A anistia para conspiradores golpistas será um sinal de impunidade e poderá encorajar futuras ações antidemocráticas.”
Candidato
O vereador Gabriel Azevedo (MDB) já avisou que não quer ser conhecido como ex-presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, cargo que ocupará até o final do ano. A partir dessa data, ele só quer ser chamado de pré-candidato a prefeito de Belo Horizonte (PBH), cargo ao qual disputou este ano, terminando em quarto lugar. “Está combinado. Sou presidente até 31 de dezembro. E, sem nunca deixar de lado o fato de ser professor, antes de começar a ser chamado de ex-presidente no dia 1º de janeiro de 2025, você pode me chamar, sem nenhum sigilo, de pré-candidato a prefeito”, disse o vereador, que afirma que se dedicará ao estudo de “cidades e sustentabilidade” e à sua profissão como professor universitário.
Contra as privatizações
A Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) discutiu ontem, em audiência pública, os projetos de privatização da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) enviados pelo governador Romeu Zema ( Novo). Enviadas na semana passada pelo governo, as duas propostas ainda não foram numeradas, procedimento padrão para que comecem a tramitação. Devem caminhar de mãos dadas com a proposta de emenda à Constituição, também de autoria de Zema, que encerra o referendo popular obrigatório para venda de estatais. O debate foi conduzido pela deputada Beatriz Cerqueira (PT), que criticou duramente as propostas. Segundo ela, os problemas de atendimento nas duas estatais são uma “opção de gestão política” para facilitar a venda. “O governo não quer Estado para a maioria da população e Estado para um pequeno grupo de pessoas”, afirmou.
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Cidadão mineiro
A jornalista carioca Hildegard Angel pode ser cidadã honorária de Minas Gerais. O pedido de concessão da homenagem foi apresentado pelo deputado estadual Lucas Lasmar (PV) e já conta com apoio suficiente para ser votado no plenário. Angel é filha da curvelana Zuzu Angel, estilista e ícone da luta contra a ditadura militar que, em 1971, prendeu e matou seu filho Stuart Angel Jones, de 26 anos.
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