O ex-presidente JairBolsonaro Eu estava viajando para Alagoas na última terça-feira, dia 19, quando foi iniciada a operação do Polícia Federal que prendeu quatro militares suspeitos de terem elaborado um plano para reverter o resultado das eleições de 2022 assassinando o presidente Lulado seu vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraesdo Supremo Tribunal Federal (STF).
O planejamento, segundo a PF, foi criado dentro do Palácio do Planalto pelas mãos do general Mário Fernandesna época secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência. O soldado é um velho conhecido do capitão, e eles se reencontraram no primeiro ano de mandato, quando Bolsonaro fez uma visita institucional ao Comando de Operações Especiais, grupo que prepara a elite do Exército, na época chefiado pelo general. No ano seguinte, o soldado foi para a reserva e passou a integrar o quadro governamental.
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Após o início da operação, Bolsonaro foi informado por seus auxiliares das acusações e permaneceu em silêncio. No dia seguinte, o ex-presidente conversou com VEJA por videoconferência. Ele afirmou que ainda estava conhecendo a operação e evitou se aprofundar nos detalhes do processo.
O ex-presidente minimizou a sua relação com o general Mário Fernandes, com quem mantinha contacto direto. Ele disse que enquanto exerceu a Presidência todos tiveram livre acesso ao seu gabinete, sendo comum ele passar pelas salas de outros auxiliares. Bolsonaro também afirmou que nunca soube de um plano para assassinar autoridades.
“Na Presidência havia mais ou menos 3 mil pessoas naquele edifício. Se um cara surge com algum tipo de negócio, o que eu tenho a ver com isso? Discutir comigo um plano para matar alguém, isso nunca aconteceu”, disse Bolsonaro a VEJA.
E acrescentou: “Eu nunca concordaria com qualquer plano para realizar um golpe. Quando falavam comigo era sempre para usar o estado de sítio, algo constitucional, que dependeria da aprovação do Congresso”.
Pena de até 28 anos
O ex-presidente foi indiciado, ao lado de outras 36 pessoas, pelos crimes de tentativa de golpe, tentativa de abolir o Estado de direito e organização criminosa na quinta-feira, dia 21.
Na ação que apoiou a prisão dos militares, a PF destacou alguns relatos da relação entre o general Mário Fernandes e Bolsonaro. O militar mencionou em troca de mensagens, por exemplo, que o ex-presidente aceitou “nosso conselho”. Ele também esteve no Palácio da Alvorada, onde Bolsonaro permaneceu isolado após a derrota para Lula, um dia após imprimir o plano golpista em uma impressora do Planalto. Houve pelo menos duas visitas do general ao ex-presidente entre novembro e dezembro de 2022.
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