Comissão aprova projeto que veda totalmente desapropriação de terra produtiva para reforma agrária – Notícias

Comissão aprova projeto que veda totalmente desapropriação de terra produtiva para reforma agrária – Notícias


19/11/2024 – 12h28

Mário Agra/Câmara dos Deputados

O deputado José Medeiros recomendou a aprovação da proposta

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 2.502/24, que inviabiliza a desapropriação de propriedades produtivas para fins de reforma agrária. A proposta também reduz os percentuais necessários de uso e eficiência da terra para que ela seja considerada produtiva.

A proposta, do deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), foi aprovada por recomendação do relator no colegiado, deputado José Medeiros (PL-MT).

O projeto aprovado estabelece que são absolutamente insuscetíveis de expropriação:

– pequenas e médias propriedades rurais, desde que o proprietário não possua outras que, somadas, ultrapassem o tamanho de 15 módulos fiscais;
– propriedade produtiva, independentemente do seu porte.

Atualmente, o Lei de Reforma Agrária considera impossíveis de desapropriação as pequenas e médias propriedades rurais, desde que o proprietário não possua outro imóvel rural.

Usar
A proposta reduz de 80% para 50% o grau mínimo de aproveitamento de um terreno (relação entre a área efetivamente utilizada e a área útil total do imóvel) para que ele seja considerado produtivo. Para ser improdutivo, segundo a proposta, esse nível de utilização deve ser inferior a 50% por dez anos consecutivos.

O nível mínimo de eficiência na exploração da terra é reduzido, pela proposta, dos actuais 100% para 50%. Esse percentual é obtido conforme cálculo previsto em lei e varia conforme a região.

Proteção
José Medeiros concordou com o argumento de Rodolfo Nogueira de que a protecção da propriedade privada é fundamental para a prosperidade económica e a manutenção de uma sociedade livre e democrática.

“As alterações propostas baseiam-se em razões pragmáticas e que diversas circunstâncias, como mortes ou desastres económicos e ambientais, podem exigir que a propriedade rural permaneça inactiva por um determinado período, sem implicar o desejo do proprietário de ceder a terra, mas sim a necessidade de tempo para voltar a ser produtivo”, diz Medeiros.

Próximas etapas
O projeto está em andamento em caráter conclusivo e ainda será analisado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.

Para virar lei, precisa ser aprovada por deputados e senadores.

Reportagem – Noeli Nobre
Edição – Rachel Librelon



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