Senado aprova novas regras para emendas parlamentares

Senado aprova novas regras para emendas parlamentares


O texto terá que passar por novo turno de votação na Câmara dos Deputados.

Foto: Pedro França/Agência Senado

O texto terá que passar por novo turno de votação na Câmara dos Deputados. (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O Senado concluiu nesta segunda-feira (18) a votação do projeto que cria novas regras para o pagamento de emendas parlamentares. Como foi alterado pelos senadores, o texto terá que passar por novo turno de votação na Câmara dos Deputados.

O pagamento de emendas – indicações de gastos que deputados e senadores fazem no orçamento do governo para obras e projetos nos estados que os elegeram – está suspenso desde agosto por ordem do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Embora entidades questionem a eficácia do projeto, o objetivo do texto é cumprir a Constituição e o STF e garantir maior transparência e rastreabilidade dos recursos. Pela proposta, as alterações que o governo é obrigado a pagar, os impostos, crescerão acima da inflação ao longo dos anos, mas terão que respeitar os limites de aumento de despesas previstos no marco fiscal.

São obrigatórias as indicações individuais, inclusive do Pix, e da bancada estadual:

– Alterações de bancada: Cada bancada estadual terá o direito de indicar 10 emendas que direcionem recursos para projetos estruturantes. O dinheiro só pode ser atribuído a outro estado, que não seja o estado de origem dos parlamentares, no caso de “projectos nacionais. Conforme acordado entre Congresso, Executivo e Judiciário, é vedada a “individualização” de indicações, ou seja, beneficiar apenas um parlamentar. Os investimentos devem ser decididos com a concordância de toda a bancada;

– Alterações individuais: O deputado ou senador precisará informar, no momento da indicação, o destino e o valor da transferência. As obras inacabadas terão prioridade;

– Emendas Pix: Esse tipo de emenda, que está dentro das emendas individuais, foi criada em 2019. As emendas Pix ficaram conhecidas pela dificuldade de acompanhamento dos recursos, uma vez que os valores são repassados ​​pelos parlamentares diretamente aos estados ou municípios sem necessidade de apresentação de um projecto, acordo ou justificação – portanto, não há forma de monitorizar qual a função que o dinheiro acabará por ter. Agora, os senadores aprovaram que o município precisa informar ao Poder Executivo local e aos tribunais de contas sobre o valor dos recursos recebidos, o plano de trabalho e o cronograma de execução do projeto.

Além das alterações obrigatórias, existem também as chamadas alterações de comissão. Essas indicações corresponderão a R$ 11,5 bilhões do orçamento em 2025 e nos anos seguintes o valor será corrigido pela inflação. Houve tentativa de obrigar metade dos recursos a serem aplicados em ações e serviços públicos de saúde, mas os senadores rejeitaram a mudança. Os dirigentes partidários sugerirão, dentro de cada comissão, a destinação dos valores, que será deliberada e aprovada pela maioria da comissão.

Esse tipo de indicação, derivada do chamado “orçamento secreto”, continuará sem a impressão digital do parlamentar, ou seja, o autor da emenda continuará a ser a comissão, o que impossibilita rastrear qual deputado ou senador exerceu sua influência sobre os gastos. As informações são do portal de notícias G1.