Secretário-geral da ONU pede “espírito de consenso” para o G20 avançar na redução das desigualdades globais

Secretário-geral da ONU pede “espírito de consenso” para o G20 avançar na redução das desigualdades globais


“O principal é reconhecer a importância do multilateralismo e das instituições”, destacou Guterres

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

“O principal é reconhecer a importância do multilateralismo e das instituições”, destacou Guterres. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, disse que os países do G20 precisam buscar consensos e não divisões se quiserem avançar na redução das desigualdades globais.

A Cúpula do G20, que reúne as 20 maiores economias do mundo, acontece nesta segunda (18) e terça (19) no Rio de Janeiro. “A Agenda 2030 teve consenso de todos os países do mundo e é o caminho claro para enfrentar as tremendas desigualdades e injustiças que existem no mundo. E, portanto, faço este apelo a todos os países, agora que as negociações do G20 estão em curso, para que tenham espírito de consenso, para que demonstrem bom senso e para que encontrem as possibilidades de tornar esta reunião do G20 um sucesso, com decisões que sejam relevantes para o ordem internacional. Se o G20 se dividir, perderá importância a nível global. E, do meu ponto de vista, é algo indesejável para um mundo que já tem tantas divisões geopolíticas”, afirmou o secretário-geral da ONU em entrevista neste domingo (17).

Quando questionado sobre como os países deveriam preparar-se para o governo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que terá início no próximo ano, Guterres disse que o melhor caminho é manter e reforçar o diálogo global.

“O principal é reconhecer a importância do multilateralismo e das instituições. Se os países o fizerem ao nível das Nações Unidas, ao nível do direito internacional, e adoptarem um diálogo mínimo, e se forem competentes em todas estas áreas para travarem uma forte batalha a favor do multilateralismo, essa é a melhor possibilidade de resposta”, declarou.

“Agora é a hora de as maiores economias darem o exemplo. Falhar não é uma opção. Existem muitos desafios, mas também existem muitas soluções possíveis. Isto é crucial para restaurar a confiança e a legitimidade no sistema global”, continuou o chefe da ONU.