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A Editorial Sul
| 15 de novembro de 2024
Francisco Wanderley Luiz foi ao local das explosões pronto para matar e morrer em nome de suas crenças. (Foto: Reprodução)
A Praça dos Três Poderes voltou a ser palco de um ato de violência política menos de dois anos após o atentado bolsonarista de 8 de janeiro de 2023. Embora a investigação mal tenha começado, uma coisa já pode ser afirmada: Francisco Wanderley Luiz, 59 anos , natural de Rio do Sul (SC), foi ao local no início da noite da última quarta-feira (13) disposto a matar e morrer em nome de suas crenças, dada a quantidade de explosivos que colocou em sua casa. carro e que ele carregava ao lado do corpo.
A saúde mental do homem, que morreu após detonar uma das bombas em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), já virou alvo de especulações para evidenciar a gravidade de sua intenção malévola de explodir o carro em um dos estacionamentos da Câmara. dos Deputados e, como mostraram as imagens registradas pelas câmeras de vigilância, no perímetro do prédio do STF.
O fato é que o senhor Francisco Luiz deixou em vida profusos registros que dão uma boa ideia de sua afinidade com a “agenda política”, por assim dizer, do bolsonarismo, como sua aversão à democracia liberal, às instituições republicanas e, não menos importante, a política como construção civilizatória baseada no respeito entre adversários, pois se materializa na força dos argumentos e não na violência.
Nesse sentido, é inevitável vincular o ataque perpetrado pelo agressor no dia 13 – que felizmente não fez outras vítimas de sua torpeza – a uma diligente campanha de incentivo à violência política no país liderada por Jair Bolsonaro, em particular a sua virulenta retórica contra o STF e alguns de seus ministros, além de discursos corrosivos à legitimidade da Corte.
O ex-presidente, obviamente, não inaugurou a violência política no Brasil, nem tem relação direta com as explosões. Mas seria uma afronta à “verdade dos factos” – aquela que importa politicamente, para recorrer à célebre reflexão de Hannah Arendt – ignorar que, após a ascensão de Bolsonaro à Presidência da República, a violência política começou a assombrar o país em uma escala nunca antes vista. visto desde a redemocratização, e quatro décadas se passaram.
Sob Bolsonaro, o desprezo pelo Estado Democrático de Direito, pelos seus princípios mais básicos e pelas suas instituições representativas, principalmente o STF, naturalizou-se entre uma parcela considerável da sociedade. Não foram poucos os brasileiros que olharam para o triunfo eleitoral daquele oficial do Exército que se aposentou em desonra das Forças Armadas e construiu uma obscura carreira parlamentar elogiando a ditadura militar e a tortura, pregando o fechamento do Congresso e o fuzilamento de adversários políticos – nada menos – como uma espécie de luz verde para o uso da violência como recurso legítimo para afirmar vontades na esfera pública.
Evidentemente, nem todo político radical comete ataques, como fizeram os terroristas que tentaram explodir um caminhão-tanque de combustível no Aeroporto de Brasília, na véspera do Natal de 2022, a turba que tomou de assalto a capital federal em 8 de Janeiro ou, agora, Francisco Luiz, entre outros casos. Mas todos esses criminosos disfarçados de “patriotas” agiram assim porque se sentiram encorajados por um clima golpista que só se instalou no país nos últimos tempos sob os auspícios de Bolsonaro.
Nos últimos dias, Bolsonaro até tentou fazer o país acreditar que ele havia se convertido à democracia. Brincadeiras à parte, se fosse democrata, o ex-presidente teria condenado veementemente – e sem oposição – não apenas o ataque ocorrido esta semana, mas todos os atos de violência política que foram realizados em nome de sua agenda liberticídio nos últimos anos, algo que Ele obviamente não fará.
O terrível episódio serve de alerta sobre o risco de subestimar a capacidade de ação dos inimigos da democracia. Se já era escandaloso falar de amnistia para os golpistas com tanta naturalidade, é claro que, se esta imprudência continuar, será enviada a mensagem de que a violência política será provavelmente recompensada com impunidade. (Opinião/Jornal O Estado de S. Paulo)
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Ataque em Brasília expõe risco de banalização da retórica da intolerância política
15/11/2024
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