A terceira tentativa de Fuad Noman (PSD) de implementar uma reforma administrativa na Câmara Municipal de Belo Horizonte é, de longe, a mais bem sucedida até agora. Enquanto os projetos anteriores nem chegaram à votação geral dos parlamentares, o que tramita hoje no Legislativo foi arquivado na semana seguinte à vitória do prefeito reeleito nas urnas, rapidamente analisado pelos vereadores em comissões e em apenas 13 dias já foi aprovado em primeiro turno no plenário.
O caminho para o segundo turno, porém, deverá ser mais lento e complicado para o Executivo. O texto original recebeu 137 alterações que precisarão ser analisadas nas comissões temáticas da Câmara antes da avaliação final.
Na última quarta-feira (13/11), o Projeto de Lei (PL) 1.014/2024, que estrutura a reforma, foi aprovado em primeiro turno por 35 votos a 4. O placar apertado não dá a dimensão da intensa discussão realizada no plenário antes votação. O destaque para as vozes dissidentes em trechos da proposta ficou reservado à dupla nada convencional entre vereadores da bancada de esquerda da Câmara e representantes do Partido Novo.
Bráulio Lara e Fernanda Pereira Altoé, representantes do Novo, questionaram os custos atrelados à ampliação da máquina administrativa prevista na reforma e a rapidez com que o texto chegou ao plenário, sendo avaliado conjuntamente na comissão de Administração Pública; Orçamento e Finanças Públicas; e Meio Ambiente, Proteção Animal e Política Urbana.
Os parlamentares do Novo também acreditam que o PL deve ser apreciado na Câmara a partir do próximo ano, por se tratar de um modelo administrativo a ser aplicado na próxima legislatura, com nova composição da Casa.
Iza Lourença e Cida Falabella, do PSOL, e Bruno Pedralva e Pedro Patrus, do PT, foram aos microfones do plenário para anunciar seu voto a favor da medida, mas destacaram que queriam mais tempo para discutir o projeto e apresentar demandas a Fuad antes do segundo turno sob pena de aderir ao Novo e obstruir a votação.
Parlamentares de esquerda ecoaram representantes sindicais presentes na galeria do plenário nas críticas a pontos específicos do PL 1014/2024. A principal delas diz respeito à ampliação do campo de atuação da PBH Ativos, empresa administrada pela prefeitura responsável pela privatização de estruturas e serviços do município e pela gestão de parcerias público-privadas (PPPs).
O que a reforma prevê
A reforma administrativa foi proposta à Câmara na esteira da vitória eleitoral de Fuad, que pretende iniciar um novo mandato à frente da prefeitura, moldando a administração de acordo com suas intenções. O prefeito foi reconduzido ao cargo, após chegar ao cargo de vice de Alexandre Kalil. A próxima legislatura é, portanto, a primeira em que o líder do partido assume a liderança.
Um dos pontos principais do extenso projeto é a criação das secretarias de Segurança Alimentar e Nutricional; Mobilidade Urbana; Logística e Gestão de Ativos; e Secretaria Geral; o que aumentaria o número de secretarias municipais de 14 para 18. O texto propõe ainda a criação de coordenadores especiais de Aldeias e Favelas e Mudanças Climáticas.
A reforma também aumenta para dez o número de regionais na cidade com o desmembramento do Centro-Sul para criar uma região administrativa específica para o Hipercentro. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), os custos das novas estruturas serão de R$ 49,9 milhões anuais.
As alterações
Das 137 alterações já protocoladas na Câmara, apenas 41 estão cadastradas no site da Câmara Municipal em consulta realizada nesta sexta-feira (15/11). Destes, 38 foram apresentado por Fernanda Altoé.
Das alterações apresentadas pelo vereador do Novo, 32 visam suprimir artigos do PL 1014/2024. Propor mudanças na profusão é um mecanismo previsto no regimento da Câmara e comumente utilizado para que os vereadores ganhem tempo para discutir pontos em que há divergência com o texto apresentado originalmente.
Na mesma sessão em que a reforma administrativa foi ao plenário no primeiro turno, estratégia semelhante foi utilizada pelos vereadores do Novo na tentativa de impedir a votação. Dezenas de pedidos foram incluídos na segunda parte da pauta, e Altoé pediu que a ordem do dia fosse invertida para que pudessem ser analisadas antes do PL 1014/2024, inviabilizando a apreciação da proposta de Fuad. Os vereadores, porém, não aprovaram a mudança na lista e mantiveram a ordem das avaliações.
Enquanto as comissões de Legislação e Justiça, Administração Pública, Meio Ambiente, Proteção Animal e Política Urbana e de Orçamento e Finanças Públicas analisam as alterações e preparam o texto final para votação em segundo turno, os vereadores trabalham nos bastidores para fazer valer suas demandas. entre seus colegas na Câmara e em reuniões com o Executivo.
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Na previsão do líder do governo na Câmara, Bruno Miranda (PDT), o texto só ficará pronto para o segundo turno em dezembro. O vereador mostrou-se disposto a estabelecer ligações entre os parlamentares e a Câmara Municipal, a fim de preparar o terreno para uma votação a favor dos desejos de Fuad Noman. Entre as discussões sobre a reforma, os bastidores dos poderes Legislativo e Executivo também têm como pauta a eleição do próximo presidente da Câmara Municipal, marcada para janeiro, temas que podem se cruzar nas próximas semanas.
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