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A Editorial Sul
| 14 de novembro de 2024
A medida proposta é acabar com a semana de trabalho de 44 horas que vigora no país há 81 anos.
Foto: Reprodução
A medida proposta é acabar com a semana de trabalho de 44 horas que vigora no país há 81 anos. (Foto: Reprodução)
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da escala 6×1 (seis dias de trabalho para um dia de descanso) atingiu o quórum de assinaturas necessário para iniciar a tramitação na Câmara dos Deputados. O projeto, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), foi formalizado a partir de uma iniciativa do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), do vereador eleito no Rio de Janeiro Rick Azevedo (PSOL).
Em suma, o que a medida propõe é acabar com a jornada de trabalho de 44 horas semanais que vigora há 81 anos no país, desde a publicação da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), em 1943. Em vez disso, a ideia é reduzir esse limite. a 36 horas por semana. O texto proposto da PEC busca alterar o inciso XIII do artigo 7º da Constituição Federal. Atualmente diz o seguinte:
“XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais, podendo ser compensada a jornada de trabalho e reduzida a jornada de trabalho, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”.
A nova redação deste trecho proposta pela PEC de Erika Hilton é a seguinte:
“XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e trinta e seis horas semanais, com jornada de trabalho de quatro dias semanais, com possibilidade de compensação de horas e redução de jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho ”.
O fato de o texto ter recebido apoio de quase metade dos 513 deputados federais não significa que terá a aprovação de todos os que o assinaram. Para que seja de fato aprovado são necessários 308 votos a favor. Assim que protocolada, a proposta começará a ser discutida na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara. O colegiado é presidido pela deputada federal Carol de Toni (PL-SC), que indicará um relator para o texto. Confira detalhes do procedimento aqui.
Uma fintech mineira criada em 2007 e que atende cerca de 500 mil clientes já adotou, desde 2022, um horário de quatro dias trabalhados e três dias de folga. O modelo foi criado dois anos depois que o banco digital decidiu migrar seus cerca de 500 funcionários para o modelo remoto. Segundo a fintech, o horário de trabalho adotado para a maioria deles é de segunda a quinta, com folga sexta, sábado e domingo. No entanto, para alguns, é adotado um horário de plantão para evitar que serviços como atendimento ao cliente e suporte técnico sejam descobertos.
A empresa afirma que o modelo não causou prejuízo financeiro ao modelo de negócios e ajudou na retenção de funcionários, passando de 78% para 90%. Os pedidos de demissão diminuíram 81% desde a adoção da escala. Existe até uma sede, em Ouro Preto (MG), equipada com mesa de sinuca, fliperama, pufes e outros equipamentos de trabalho. A fintech informa que mantém para que os funcionários que moram na cidade ou região possam ir trabalhar presencialmente, se desejarem.
Os dados indicam ainda que 100% dos colaboradores percebem um impacto positivo na sua saúde geral; 98% sentem-se mais descansados e dispostos; e 96% relatam equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
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Entenda como funcionará o fim da escala 6×1, caso seja aprovado
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