Autor de atentado debatia Bíblia, diz mulher que alugava casa para ele

Autor de atentado debatia Bíblia, diz mulher que alugava casa para ele



O morador que alugou a kitnet para o homem que morreu após se explodir diante do Supremo Tribunal Federal (STF) o descreve como “prestativo e prestativo” e diz que sempre pagou em dia – às vezes adiantado – os R$ 570 em aluguel em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal.

Gleide Alves conheceu o autor dos ataques, Francisco Wanderley Luizem sua primeira visita a Brasília. Ela não se lembra da data. Na época, ele disse que trabalhava com “energia”, sem maiores detalhes, e que gostaria de ficar na cidade por cerca de três meses.

Os dois não conversaram sobre política – assunto que a moradora diz evitar -, mas discutiram trechos da Bíblia. “[Ele falava dos] meus pássaros, minhas plantas, sabe? E gostava de saber coisas da Bíblia”, diz.

Francisco, segundo ela, voltou a Santa Catarina cerca de três meses depois dizendo que suas propriedades no Sul haviam sido afetadas pelas enchentes. Ele parou de alugar a kitnet em Ceilândia por cerca de um ano até retornar, há mais ou menos três meses.

“Continuamos nos comunicando. ‘Oi, minha querida, como você está? Ficamos amigos. Aí ele falou: quero voltar para lá, passar um tempo lá, estou de férias”, conta a mulher.

Três Poderes

Gleide contou ainda ao repórter que Francisco costumava ir à Praça dos Três Poderes, percorrendo às vezes cerca de 30 km entre Ceilândia e o centro da capital federal de bicicleta. Ela afirmou ainda que já o tinha visto com a roupa usada no momento do ataque, um terno com naipes de cartas de baralho.

Ela diz que não percebeu diferença na rotina dele entre essas duas visitas ao imóvel, mas achou estranho o comportamento dele nesta quarta-feira (13/11), dia das agressões, e na véspera, quando ele ficou mais calado .

Gleide conta que o viu varrendo a porta da kitnet por volta das 6h30 desta quarta-feira e que ele não parecia estar bem. Segundo ela, ele abriu o carro e o portão, mas saiu de casa primeiro a pé. Então ele voltou e saiu no carro novamente. Ele não o viu novamente.

Empresários que trabalham ao lado do anexo quatro da Câmara dos Deputados, onde ocorreu uma das explosões, dizem que Francisco havia alugado um trailer no espaço há cerca de três meses, mas que começou a frequentar o local mais recentemente.

Polícia Federal

Uma equipe da Polícia Federal esteve no local na manhã desta quinta-feira para realizar uma investigação. O espaço foi isolado e o trailer alugado por Francisco foi rebocado.

Dentro do trailer, havia alguns objetos como roupas, vassoura, cédulas e boné com a frase “Brasil acima de tudo, Deus acima de tudo”, que foi amplamente divulgada na campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e repassada para ser um lema para seus apoiadores.

Segundo Marilene Pereira dos Santos, que vende comida no espaço, ele esteve lá mais de uma vez esta semana.

“Ele alugou esse trailer há três meses, pagou adiantado ao proprietário e não abriu o trailer. Ele aparecia de vez em quando, de bicicleta, mas sem abrir. abri o trailer, só a portinhola que tem uma janelinha atrás, coloquei o banco lá e sentei lá”, disse Marilene.

‘Calma, pacífica e educada’

Segundo ela, ele era um homem “calmo, tranquilo e educado”. “Enquanto estávamos aqui, ele aparecia, ficava aqui, desaparecia, não deixava a porta do trailer aberta. Ele sempre puxava a porta quando alguém estava aqui, para ninguém ver.”

Marilene afirmou ainda que chegou a perguntar a Francisco qual negócio ele abriria no trailer, mas conta que ouviu dele que o espaço funcionaria como uma espécie de armazém. Ela disse ainda que vendia algumas latas de refrigerante para ele e que ele sempre pagava em dinheiro “com notas grandes de R$ 50 e R$ 100”.

Ádila dos Santos Teixeira, outra comerciante que ali trabalha vendendo frutas, afirmou que Francisco esteve lá na noite de terça-feira, onde comeu um caldo.

“Ele já tinha vindo aqui três vezes para comer fruta, e lembro bem da cara dele. Coincidentemente, na noite de terça ele veio aqui, tomou um caldo. Ele sentou e comeu, normalmente, como se fosse qualquer outro cliente. nunca imaginei que ele pudesse causar todo esse problema.”

Francisco esteve na manhã desta quarta-feira (13/11) na Câmara do Anexo Quatro. Segundo a assessoria de imprensa da Casa, Francisco entrou no local às 8h15, foi ao banheiro e “logo saiu”.

“O autor da explosão na Praça dos Três Poderes estava no Anexo IV da Câmara na manhã desta quarta-feira. Ele entrou às 8h15, foi ao banheiro e logo saiu”, diz, em nota.

Segundo a Câmara, foi feita uma varredura em todos os locais por onde passou e nada foi encontrado. Em nota, ele disse ainda que “não houve registro de nenhuma explosão na área” da Casa.

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“Desde o ocorrido, as medidas de segurança foram reforçadas. A varredura na Casa e arredores ocorreu durante toda a noite e madrugada desta quinta-feira (14/11), inclusive com cães. , como medida preventiva.”



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