O Polícia Civil Na quarta-feira, 13, ele cumpriu mandado de busca e apreensão no gabinete e na casa do vereador de Porto Alegre Paulo Melo (MDB), afastado de suas funções legislativas por 180 dias por decisão judicial do 1ª Vara Estadual para Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro. Ele é filho do prefeito reeleito Sebastião Melo (MDB), o que não é investigado no caso. Nesta semana, os agentes já cumpriram doze mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Sul e em São Paulo e dois mandados de prisão preventiva no âmbito da Operação Capa Dura, que investiga irregularidades na Secretaria Municipal de Educação da capital gaúcha no compra de materiais didáticos.
Nas redes sociais, o autarca disse esperar que a apresentação das “devidas provas seja célere e que a justiça seja feita”. Antes de o filho ser afastado, Melo concedeu entrevista a VEJA e comentou a investigação em trecho ainda não publicado. “Nossa forma de governar não é varrer a corrupção para debaixo do tapete”, afirmou. “Meu desejo é que seja processado rapidamente, e que o secretário ou qualquer outro agente privado ou público que errou vá para a cadeia e devolva o dinheiro.” Ele se referiu a Sônia Rosa, chefe da Secretaria de Educação entre 2022 e 2023, e presa preventivamente pela Polícia Civil em janeiro deste ano.
Em relação ao afastamento de vereadores, espero que as investigações hoje iniciadas apresentem as provas necessárias, sejam céleres e tragam justiça – e não se desviem para questões políticas. Continuaremos em permanente colaboração com a polícia e os órgãos de controlo.
— Sebastião Melo (@SebastiaoMelo) 12 de novembro de 2024
Imagem fora do domínio Abril
Sobre a fase mais recente da operação, a Polícia Civil afirmou, em nota, que os afastados são suspeitos e que a medida “garante a integridade das investigações”. Além de Pablo Melo, a operação também atingiu dois integrantes da Procuradoria-Geral do Município, o advogado e vereador Alexandre Bobadra (PL).
Os investigadores querem entender o papel das pessoas que estiveram em uma reunião na prefeitura em julho de 2021, reunião que teria encerrado a negociação entre a Secretaria de Educação e a empresa que forneceu 500 mil livros didáticos e literatura e 104 laboratórios de ciências e matemática para 43,2 milhões de reais. Os investigados poderão responder por fraude em licitações, associação criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva e ativa.
Filho do prefeito teve candidatura rejeitada
Eleito primeiro vereador suplente em 2020, Pablo Melo assumiu cadeira na Câmara Municipal da capital gaúcha após Sebastião Melo nomear o vereador Cezar Schirmer (MDB) como secretário municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos. Ao tentar renovar o mandato, Pablo deu 3.900 votos, que o teriam eleito, mas o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul rejeitou a candidatura do filho do prefeito de Porto Alegre.
A decisão unânime disse que o candidato violou o artigo 14 da Constituição, que proíbe a eleição de familiares próximos de chefes do Executivo no mesmo território de jurisdição. Pela legislação, parentes até segundo grau de prefeitos não poderiam ser vereadores no mesmo município, assim como governadores não poderiam ter relacionamento próximo com deputados e senadores. Nesta segunda-feira, o ministro André Mendonça, do Tribunal Superior Eleitoral, negou recurso de Pablo em decisão monocrática. A defesa de Pablo deverá entrar com recurso regulatório ao TSE.
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