Deputados aprovam, por unanimidade, banir celular nas escolas de São Paulo

Deputados aprovam, por unanimidade, banir celular nas escolas de São Paulo



FOLHAPRESS – A proibição do uso de celular por alunos de escolas públicas e privadas do estado de São Paulo, tanto nas aulas quanto nos recreios e intervalos, foi aprovada por unanimidade nesta terça-feira (11/12) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp ). A proibição Aplica-se a todo o ensino básico, ou seja, desde o jardim de infância até ao ensino secundário.

A aprovação ocorreu no plenário da Alesp. O projeto de lei (PL) agora segue para aprovação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Oficialmente, seu assessor informa que o PL será avaliado pela área técnica, mas o governador já sinalizou aos aliados que a medida será sancionada.

O PL teve grande apoio da base do governador, e vários deputados do seu partido foram coautores da proposta.

A medida entra em vigor 30 dias após a sanção e publicação no Diário Oficial do Estado, o que, na prática, significa que deverá entrar em vigor no início do próximo ano letivo. Com isso, São Paulo deverá se tornar o primeiro estado brasileiro a proibir o celular nas escolas; o município do Rio de Janeiro foi o pioneiro, no país, da proibição como política pública, proibindo por decreto, no início de 2024, o uso do aparelho por alunos de escolas municipais (no caso da lei carioca, até o 9º ano do ensino fundamental).

Autora do projeto de lei aprovado pela Alesp, a deputada Marina Helou (Rede) disse à Folha que “a aprovação unânime do projeto mostra o consenso em torno da ideia de que precisamos nos responsabilizar pelo acesso e oferta de conteúdo às nossas crianças e adolescentes”. “Para enfrentar esta epidemia eletrónica, precisamos de estabelecer novos acordos como sociedade, e oferecer um espaço de aprendizagem sem ecrãs para os nossos filhos é um começo importante”, disse a deputada.

A proposta foi apresentada por Helou à Alesp em abril deste ano, ou seja, a aprovação ocorreu em apenas sete meses.

Na semana passada, ficou mais evidente que a aprovação seria unânime, quando o número de deputados que se tornaram coautores da proposta chegou a 40, 42,5% do total da Alesp, parcela que abrangeu praticamente todas as correntes político-ideológicas do lar.

Ainda entre os meses de junho e agosto, os primeiros deputados a solicitarem a inclusão de seus nomes como coautores do projeto já demonstraram um apoio apartidário à proibição. Foram eles: Lucas Bove, do PL (de Bolsonaro), Altair Moraes, do Republicanos (do governador Tarcísio), e o professor Bebel, do PT (de Lula), vice-presidente da Apeoesp, principal sindicato dos professores de São Paulo.

O texto aprovado em SP estabelece que, no caso da rede pública, as secretarias municipais e estaduais de educação deverão definir protocolos de armazenamento de celulares durante todo o horário escolar. Determina também que sejam criados canais de comunicação acessíveis para que os pais entrem em contato com as escolas.

A medida, assim como a crescente proibição internacional, seja voluntária ou legal, baseia-se em uma série de pesquisas que relacionam o uso de smartphones a danos à saúde física e mental de crianças e adolescentes, como aumento da ansiedade, depressão, auto-estima. danos e suicídio, bem como uma deterioração da aprendizagem, mesmo em países com as melhores taxas de educação.

Proibição federal

Paralelamente à lei paulista, a proibição do uso de celular por alunos de todas as escolas públicas e privadas do país é objeto de projeto de lei que já tramita no Congresso Nacional. A proposta também conta com apoio de correntes ideológicas da direita à esquerda, bem como do governo Lula.

Presidente da Frente Parlamentar Mista pela Educação do Congresso Nacional, o deputado Rafael Brito (MDB-AL) comemorou a aprovação da proibição pela Alesp.

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“A medida que o estado de São Paulo está adotando faz parte de uma tendência global”, disse o parlamentar à Folha.

“Estudos têm demonstrado os malefícios do tempo excessivo de tela para nossos jovens e o impacto na aprendizagem. Agora temos o dever de trabalhar para minimizar os danos e oferecer melhores condições para a educação, destacando o uso das tecnologias para fins educacionais e de forma saudável ” ele disse.



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