Enquanto o STF avança no julgamento da chamada “ADPF das favelas”, o governador do Rio, Cláudio Castroe o senador Flávio Bolsonaro (PL) articulam uma “mini-reforma” do Código Penal, a ser apresentada pelo Comissão de Segurança Pública para endurecer as punições para os membros facções criminosas.
Após reunião com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), David Alcolumbre (União Brasil-AP), Flávio Bolsonaro ficou encarregado de consolidar uma série de propostas antigas da Câmara em um único projeto.
A Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635 foi apresentada pelo PSB em novembro de 2019, quando, dois meses antes, a menina Ágatha Vitória Sales Félixde apenas 8 anos, havia levado um tiro nas costas durante uma operação policial no Complexo do Alemão.
Em fevereiro de 2022, o ministro Edson Fachindo STF, estabeleceu uma série de restrições às operações policiais, incluindo o uso excepcional de força letal, a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais, a execução de mandados de busca e apreensão apenas durante o dia e a proibição de uso de residências e propriedades privadas por a polícia como base operacional.
Castro e Bolsonaro afirmaram nesta terça-feira que a “ADPF das favelas” trouxe “insegurança jurídica” à atuação da PM do Rio de Janeiro no combate às facções, fez com que líderes de organizações criminosas de outros estados se estabelecessem no Rio de Janeiro e desencadearam guerras entre grupos por domínio territorial.
Segundo o senador do PL, um dos pilares do novo projeto será a criação do conceito de “habitualidade” para audiências de custódia, que substituiria o critério de reincidência.
A ideia de “habitualidade”, segundo Flávio Bolsonaro, é que uma pessoa que cumpre pena por crime violento em liberdade provisória e, dentro de um determinado prazo – dois anos, por exemplo –, volte a cometer um crime desse tipo passa automaticamente para o regime fechado.
Trata-se de um endurecimento do critério de reincidência, em que incorre quem comete um crime depois de transitada em julgado a sentença que o condena por um crime anterior.
Flávio Bolsonaro afirmou ainda que incluirá no projeto um dispositivo para aumentar a pena de condenados por crimes violentos com uso de fuzil.
Outra proposta é libertar os investimentos no combate ao crime organizado dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e do regime de recuperação fiscal (RRF).
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