FOLHAPRESS – À frente do cargo desde o início do governo, o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) fez movimentos recentes para expandir sua influência na administração pública que não obtiveram o apoio de ex-aliados no Senado Federal. Ao mesmo tempo, ele se aproximou Lula (PT) a ponto de confiar ao presidente até mesmo a definição do seu futuro político.
As divergências entre Silveira, filiado ao PSD, e parlamentares já haviam sido observadas no momento da destituição, em maio, do então presidente da Petrobras, o petista. João Paulo Pratesmas recebeu novos contornos diante da disputa pelas agências reguladoras.
O plano de Silveira de colocar nomes em que confia nas autoridades locais gerou divergências até mesmo com um de seus principais aliados políticos, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O presidente do Senado se vê em outra posição, a de apresentar nomes que sejam de fato aprovados pela Câmara – que é quem, legalmente, aprova os indicados após a sabatina.
O clima fez surgir rumores sobre a permanência de Silveira à frente do ministério – o que é visto com descrença por membros do governo, pela proximidade que garantiu com o presidente.
Pessoas próximas a Silveira minimizam o distanciamento do Senado e afirmam que ele virou alvo por tentar devolver ao governo o controle das nomeações dos órgãos, após a gestão de Jair Bolsonaro (PL) deram aos parlamentares mais poder no processo.
De qualquer forma, Silveira vem aumentando sua presença e influência junto ao Presidente da República nos últimos meses, integrando delegações oficiais, sendo constantemente chamado para reuniões e mantendo um canal de diálogo direto com o presidente.
Aliados do ministro dizem que ele tem gostado tanto de trabalhar para Lula que está satisfeito com a possibilidade de ocupar qualquer cargo escolhido pelo presidente, caso seja necessária movimentação no governo – embora afirmem que o tema nunca foi discutido.
Segundo essa visão, até o papel que Silveira desempenhará em 2026 seria definido pelo presidente. Ainda não há certeza se Silveira disputará eleições em Minas ou seguirá um caminho alternativo, como se dedicar a uma possível campanha pela reeleição de Lula.
O PSD de Silveira, embora faça parte do governo Lula, é presidido por Gilberto Cassabsecretário e aliado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicados), também listado para o Planalto em 2026. O partido saiu fortalecido nas eleições deste ano ao liderar o número de prefeituras conquistadas em todo o país (887).
Interlocutores no governo apontam que Lula gosta do estilo combativo de Silveira – e o ministro estaria explorando essa característica. Inicialmente por exemplo fez questão de mandar ao presidente a notícia sobre seus ataques ao governador de Minas Romeu Zema (Novo)seu rival político.
Depois, demonstrou o mesmo ímpeto ao criticar Prates, de quem o presidente não gostou. E, mais recentemente, ganhou pontos com os petistas e, em particular, com Lula, ao entrar em discussão pública com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB)por causa de problemas energéticos na capital paulista.
Lembrado também por sempre levar a carne para os churrascos promovidos por Lula no Alvorada ou na Granja do Torto, dividindo a responsabilidade com o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD)Silveira teria se juntado a um dos centros de força do governo, em parceria com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Mais desenvolvimentista, esta parceria contradiz a visão da equipa económica em determinados momentos.
Além disso, os dois estão lado a lado na defesa da prospecção de petróleo na margem equatorial, numa disputa direta com o ministro do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede).
Os interlocutores do ministro negam qualquer desavença com aliados e dizem, por exemplo, que ele e Pacheco continuam amigos e se conversam praticamente todas as semanas. Uma pessoa próxima ao presidente do Senado diz que os dois agora têm papéis institucionais diferentes e acabam divergindo em alguns assuntos.
No primeiro semestre, o senador mineiro manifestou a insatisfação da Câmara com o processo de fritura de Prates – que foi senador na última legislatura. Na época, Silveira rebateu as críticas dizendo que defendia os interesses do ministério.
Atualmente, o cerne da divergência envolve nomeações para agências reguladoras – alvos de influência não só de Pacheco, mas também do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP)favorito para retornar à presidência do Senado a partir do ano que vem.
O parlamentar amapaense tem defendido que todas as vagas em aberto sejam decididas em “pacote fechado”, com o Senado obtendo primazia sobre as indicações, como ocorreu no governo Bolsonaro.
Oficialmente, os próprios senadores buscam amenizar a questão, mas reconhecem o interesse em influenciar as indicações, tendo em vista que cabe à Casa Legislativa examinar e aprovar os nomes.
Diante desse cenário, senadores e membros do governo acreditam que Silveira tem resistido às reivindicações de aliados responsáveis por elevá-lo ao cargo de Ministro de Minas e Energia.
Depois de muita confusão, o governo não descartou a possibilidade de alteração de nomes para vagas em aberto.
Silveira já encaminhou a indicação do quinto membro da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) ao Palácio do Planalto. Ele defende o nome do seu secretário nacional de Energia Elétrica, Gentil Nogueira de Sá, para o cargo. Alcolumbre, porém, resiste.
Em outra disputa com o Senado, o governo pretende nomear o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes, para comandar a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), conforme Folha de S.Paulo revelado.
O nome é visto como um sinal da força de Silveira dentro do governo, mas, novamente, entra em rota de colisão com seus ex-aliados no Senado.
E há uma segunda vaga na ANP em disputa. Mas, neste caso, integrantes do governo afirmam que há consenso para abraçar a indicação do senador Otto Alencar (PSD-BA), do procurador da AGU (Advocacia-Geral da União), Artur Watt Neto.
Ações de Silveira que agradaram Lula
– Ataques a Zema: O ministro de Minas e Energia enfatizou os ataques de Lula ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), seu rival político e expoente de direita nas eleições de 2026, o que agradou ao presidente
– Conversar com Nunes: Silveira também entrou em conflito com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), sobre os problemas energéticos da capital paulista e a atuação da concessionária da região, a Enel, durante a eleição municipal, e ganhou pontos com o Membros do PT
– Aliança com Rui Costa: Alexandre Silveira também investiu numa aliança com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), com uma visão mais desenvolvimentista; ambos estão lado a lado na defesa da exploração de petróleo na margem equatorial
– Confiança ao presidente: Silveira diz estar satisfeito em trabalhar com Lula e não tem problemas, segundo aliados, em ocupar qualquer outro cargo caso seja necessária mudança no governo
Raio X | Alexandre Silveira, 54
Ministro de Minas e Energia. É delegado aposentado da Polícia Civil de Minas Gerais. Foi diretor-geral do Dnit (entre 2004 e 2005), deputado federal, secretário do governo de Minas Gerais e senador. Filiado ao PSD, Silveira foi suplente de Antônio Anastasia (PSD-MG) e assumiu cadeira no Senado em 2022, com a renúncia de Anastasia para assumir o cargo de ministra do TCU (Tribunal de Contas da União).
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