SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Brasil tinha, em 2022, 16,4 milhões de habitantes vivendo em favelas e comunidades urbanas em 656 municípios, segundo dados da Censo Demográfico 2022 divulgado nesta sexta-feira (8).
A pesquisa mostrou que o contingente de 16.349.928 pessoas, cerca de 8% da população População brasileiraestá distribuída em 12.348 dessas comunidades em todo o país, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com quase metade das favelas no Sudeste do país (48,7%).
Embora o instituto não indique uma comparação direta devido às melhorias no censo, os dados coletados em 2010 apontavam 11.425.644 moradores em favelas, – cerca de 6% da população do país naquele ano – em 6.329 desses territórios.
Além da concentração de favelas, o Sudeste do país também abriga 43,4% dessa população, com 7,1 milhões de habitantes, sendo que mais da metade vive no estado de São Paulo. Em seguida, na comparação entre as grandes regiões, estão o Nordeste (28,3%), o Norte (20%), o Sul (5,9%) e o Centro-Oeste (2,4%).
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Na divisão por unidades da federação, São Paulo (3,6 milhões), Rio de Janeiro (2,1 milhões), Pará (1,5 milhão) e Bahia (1,4 milhão) respondem por pouco mais da metade da população em favelas do país.
A maior do Brasil, segundo o Censo 2022, é a Rocinha, na zona sul do Rio, com 72.021 moradores, seguida por Sol Nascente, em Brasília (DF), com 70.908 habitantes, e Paraisópolis, na capital paulista, com 58.527.
A favela do Rio também é a maior do Brasil em número de residências particulares permanentes ocupadas, que são 30.371. Nesse tipo de comparação, em segundo lugar está Rio das Pedras, também no Rio de Janeiro, com 23.846 desses domicílios, e em terceiro, Sol Nascente, com 21.889.
Esses casos são excepcionais, pois 72,5% das favelas e comunidades urbanas no Brasil têm até 500 domicílios, segundo o IBGE. A maioria destas localidades, que são 6.556.998 em todo o país, são casas (93,3%) e apenas 2,8% são apartamentos.
Entre os 656 municípios mapeados na pesquisa, a cidade de São Paulo tem o maior número de habitantes, com 1.728.265 vivendo em favelas, sendo Paraisópolis o maior deles, com 58.527 habitantes, que superou Heliópolis, com 55.583 moradores. No total, 15% dos paulistanos vivem nesses territórios.
A cidade com maior proporção, porém, é Vitória do Jari, a cerca de 300 km da capital, que tem 7.819 de seus 11.291 habitantes morando em favelas.
Já com foco em grandes concentrações urbanas, que têm população acima de 750 mil habitantes (grupos de municípios ou isolados), mostra que Belém, que sediará a COP (o UN sobre mudanças climáticas) em 2025, terá 57% de sua população, ou 1,1 milhão de habitantes, vivendo em favelas. Manaus tem 55,8% dos habitantes nesses territórios, e Salvador, 34,9%.
A maior, em números absolutos, é a concentração urbana de São Paulo, com 2.954.633 habitantes, representando 14,3% da população total.
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As 20 maiores favelas do Brasil
Favela – População
Rocinha – Rio de Janeiro (RJ) – 72.021
Sol Nascente (ARIS – Sol Nascente) – Brasília (DF) – 70.908
Paraisópolis – São Paulo (SP) – 58.527
Cidade de Deus/Alfredo Nascimento -Manaus (AM) – 55.821
Rio das Pedras – Rio de Janeiro (RJ) – 55.653
Heliópolis – São Paulo (SP) – 55.583
Comunidade São Lucas -Manaus (AM) – 53.674
Coradinho – São Luís (MA) – 51.050
Baixas da Estrada Nova Jurunas – Belém (PA) – 43.105
Beiru / Tancredo Neves – Salvador (BA) – 38.871
Pernambucanos -Salvador (BA) – 35.110
Zumbi dos Palmares/Nova Luz – Manaus (AM) – 34.706
Santa Etelvina – Manaus (AM) – 33.031
Downloads do Condor – Belém (PA) – 31.321
Colônia da Terra Nova -Manaus (AM) – 30.142
Jacarezinho – Rio de Janeiro (RJ) – 29.766
Vila São Pedro – São Bernardo do Campo (SP) – 28.466
Cidade Olímpica – São Luís (MA) – 27.326
Chafik/Macuco – Mauá (SP) – 26.835
Grande Vitória – Manaus (AM) – 26.733
Fonte: Censo Demográfico 2022 (IBGE)
Em janeiro, o instituto anunciou o uso da expressão favela para nomear essas áreas. Em estudos anteriores, o IBGE vinha utilizando “clusters subnormais”. A classificação é orientada por critérios de insegurança jurídica de titularidade, ausência ou prestação precária ou incompleta de serviços públicos, padrões de planejamento urbano fora da ordem vigente e ocupação de áreas restritas.
Os resultados do censo indicam um perfil mais jovem e negro nas favelas do que na população total brasileira. Enquanto a taxa geral de envelhecimento é de 80 idosos (60 anos ou mais) para cada 100 crianças (de 0 a 14 anos), a da população da favela cai para 45 para cada 100.
No Norte e Nordeste, as taxas são, respectivamente, de 41 e 69 entre a população total, e de 38 e 51 entre os moradores de favelas.
As proporções de pessoas que se declararam negras ou pardas foram, respectivamente, 56,8% e 16,1%. Na população geral, são 45,3% e 10,2%. O grupo indígena, por sua vez, é mais numeroso no Amazonas (87.988), Bahia (19.035) e São Paulo (5.285). Considerando a proporção de residentes indígenas, as três maiores concentrações estão no Amazonas (17,9%), Rio de Janeiro (12,7%) e Espírito Santo (11,6%).
O Censo 2022 também mostra o acesso a serviços nas favelas, como água, saneamento, educação e saúde.
A canalização apresenta índices semelhantes em relação à água canalizada para a casa ou apartamento, num nível de serviço de 95%. Entre as unidades da federação, o Amapá tem o pior índice, com 76%.
O esgotamento sanitário apresenta pequena diferença na categoria de ligação à rede geral, águas pluviais e fossa séptica ou filtro conectado ou não à rede, sendo 77,8% entre domicílios em geral e 74,6% entre domicílios em favelas.
A distribuição dos estabelecimentos nas favelas é de 81,3% religiosos, 1,6% agrícolas, 12,6% de ensino e 4,5% de saúde. A região que apresenta mudanças na maioria dos estabelecimentos é o Nordeste, com 75% dos estabelecimentos religiosos e 18% dos estabelecimentos de ensino.
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