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A Editorial Sul
| 7 de novembro de 2024
Fachada do Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, em Brasília. (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
Em meio ao debate sobre corte de gastos, a expectativa é que o governo federal encaminhe “em breve” ao Congresso Nacional um projeto de lei que prevê aumento de até 30% para servidores com cargos comissionados e funções bonificadas. São, por exemplo, funcionários que assessoram diretamente ministros de Estado e chefes de agências reguladoras.
Segundo o Ministério da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos (MGI) — departamento responsável pelas questões relacionadas ao serviço público —, o aumento da remuneração foi sugerido em dezembro de 2023, na 1ª Reunião Plenária da Câmara Técnica de Transformação do Estado, em no âmbito do Conselho para o Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS), o chamado Conselho, que reúne representantes do setor privado, da sociedade civil, da academia e do governo.
“Esta proposta foi discutida no âmbito de um conjunto de medidas relacionadas com a agenda de transformação do Estado, com foco na melhoria da capacidade de entrega do governo e no fortalecimento das estruturas do Estado”, informou o MGI, em nota.
Atraso
Ainda segundo o ministério chefiado pela ministra Esther Dweck, nos últimos anos, a remuneração em cargos e funções comissionados acumulou uma “defasagem significativa”, tanto em relação ao setor privado como em relação às carreiras típicas do Estado.
Atualmente, são 94.048 cargos ou funções comissionados na administração pública federal. Destes, 94,07% são ocupados por funcionários efetivos (recebem 60% do valor do cargo em comissão).
O ministério especifica que, em 2024, a remuneração para cargo em Comissão Executiva (CCE) 18 ou cargo de natureza especial, equivalente a secretários executivos de ministérios e presidente do Banco Central, é de R$ 18.887,14. Esse valor é inferior ao salário de entrada de diversas carreiras típicas do Estado (R$ 20.924,80 ou R$ 22.921,71). Devido à defasagem, a remuneração do secretário executivo (que substitui o Ministro de Estado nas suas ausências) equivale a 42,92% do salário mensal do Ministro de Estado.
O governo sustenta que parte desta lacuna foi acumulada devido à falta de ajustes nos últimos anos. Tomando como exemplo o antigo DAS-5 (hoje CCE 15) correspondente ao cargo de diretor, desde 2015 foram concedidos dois reajustes: um em 2019 e outro em 2023. Assim, foi atingido o montante de 32,17% no período, equivalente a menos da metade da inflação acumulada, que foi de 72,35% (calculada pelo IPCA de janeiro/2015 a setembro/2024). Nesta posição, o valor da remuneração passou de R$ 11.235,00 (janeiro de 2015) para R$ 13.623,39 (janeiro de 2019) e para R$ 14.849,50 após o reajuste de 2023.
O MGI cita ainda estudo do Hay Group, contratado pelo Poder Executivo federal, que comparou diversas funções públicas e privadas, considerando remunerações e benefícios diretos.
Em relação aos valores dos cargos de comissão, funções e gratificações, em maio de 2015, o mix de remuneração (subsídio básico e benefícios) do cargo de diretor (atual CCE 15) no Executivo federal já era mais de 50% inferior ao mix de remuneração no mercado privado.
Nos cargos comissionados do Executivo federal para cargos até DAS 4 (atual CCE-FCE 13), o mix de remuneração era competitivo em relação ao mercado público (demais Poderes e estatais federais) e ligeiramente inferior ao mix de mercado em 2015.
Acordos
Este ano, o MGI assinou 46 acordos de reajuste salarial em mesas de negociação específicas e temporárias, em reajustes que valerão para os anos de 2025 e 2026. O mais recente foi assinado com servidores da Advocacia-Geral da União (AGU).
O aumento salarial dos servidores do Poder Executivo federal terá impacto de R$ 16,8 bilhões no Orçamento do próximo ano, segundo o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2025.
Em 2024, a maioria das categorias teve zero reajuste, mas o governo fez uma correção de 52% na ajuda alimentar, além de um aumento na assistência complementar à saúde (ajuda saúde) e na assistência pré-escolar (ajuda creche). .
Confira como ficou a correção:
– auxílio alimentação: passa de R$ 658 para R$ 1 mil (aumento de 51,9%);
– assistência à saúde suplementar (auxílio-saúde): passa de R$ 144 para R$ 215 (aumento de 49,30%); e
– auxílio pré-escola (auxílio-creche): passa de R$ 321 para R$ 484,90 (aumento de 51,05%). As informações são do jornal Metrópoles.
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Servidores federais: governo prepara proposta de reajuste de até 30%
07/11/2024
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