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A Editorial Sul
| 6 de novembro de 2024
Lula acredita que há grandes chances de o republicano “boicotar” a definição de novas metas climáticas para 2035.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Lula acredita que há grandes chances de o republicano “boicotar” a definição de novas metas climáticas para 2035. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O governo brasileiro teme o colapso da COP30 com a vitória do republicano Donald Trump nas eleições americanas. O principal temor dos assessores diretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é uma possível decisão de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris — assim como Trump fez em seu primeiro governo.
Mesmo com a permanência dos Estados Unidos, o governo Lula acredita que há grandes chances de o republicano “boicotar” a definição de novas metas climáticas para 2035. Na COP30, que terá Belém (PA) como sede em novembro de 2025, os países devem apresentar as suas metas intermédias para a redução dos gases com efeito de estufa. Muitas nações desenvolvidas comprometeram-se com o “net zero” (emissões líquidas zero) até 2050.
Para que este não seja apenas um compromisso de longo prazo, com pouco a ser verificado ao longo do caminho, são definidas metas intermediárias — que atualmente vão até 2030. A COP30 irá estendê-las até 2035.
Sem uma nova meta dos Estados Unidos, que é o principal emissor global junto com a China, o governo brasileiro prevê um nível de ambição muito mais limitado na conferência do clima. Ainda há uma questão de peso político. O presidente Joe Biden nomeou John Kerry como enviado especial da Casa Branca para o clima no início do seu mandato.
Kerry teve a relevância de ex-secretário de Estado e ex-candidato presidencial pelo Partido Democrata. Ninguém imagina, no Palácio do Planalto, alguém com esse peso sob Trump. Outro aspecto a ser discutido na COP30 é o financiamento de ações de mitigação e adaptação ao aquecimento global. Os países emergentes e mais pobres querem recursos para estas ações.
Exigem frequentemente a libertação anual de 100 mil milhões de dólares — a promessa do Acordo de Paris — para financiamento climático. Sob uma administração Trump, acredita-se que será praticamente impossível extrair recursos financeiros dos Estados Unidos para isso.
Lula parabeniza Trump
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou, nesta quarta-feira (6), o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. O petista desejou sorte e pregou o diálogo e o trabalho conjunto pela paz.
“Os meus parabéns ao presidente Donald Trump pela sua vitória eleitoral e pelo seu regresso à presidência dos Estados Unidos. A democracia é a voz do povo e deve ser sempre respeitada. O mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para ter mais paz, desenvolvimento e prosperidade. Desejo sorte e sucesso ao novo governo”, disse Lula.
Lula fez as declarações em postagem em rede social. Na semana passada, em entrevista a um meio de comunicação francês, o petista declarou seu apoio à democrata Kamala Harris. Na época, o presidente brasileiro disse que a vitória de Kamala era um caminho mais seguro para o fortalecimento da democracia no mundo e que torcia por ela.
A vitória de Trump foi anunciada por volta das 7h35 desta quarta-feira. O resultado foi anunciado depois de alcançada uma margem segura de votos em que já não era possível ser superado pela democrata Kamala Harris, ainda que a contagem dos votos em todo o país não tivesse sido totalizada.
De volta para todo o mundo
Com Trump de volta ao poder, governo Lula teme que a COP30 em Belém do Pará fique vazia
06/11/2024
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