Alexandre Ramagem depõe por mais de duas horas à Polícia Federal em inquérito sobre suposta tentativa de golpe

Alexandre Ramagem depõe por mais de duas horas à Polícia Federal em inquérito sobre suposta tentativa de golpe


A PF deve concluir que há indícios do envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro na elaboração de um projeto golpista.

Foto: Reprodução

A PF deve concluir que há indícios do envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro na elaboração de um projeto golpista. (Foto: Reprodução)

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (5), no inquérito que apura envolvimento em ações antidemocráticas e a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início de 2023. Ele deixou o local por volta das 16h40, após passar cerca de 14h40 prestando depoimento.

A PF investiga se Jair Bolsonaro e outros membros de sua gestão participaram de uma suposta conspiração para garantir a permanência do ex-presidente no poder, mesmo com a derrota nas urnas. A investigação está em fase final de conclusão e Bolsonaro é um dos principais investigados.

O deputado também é investigado em outro inquérito que apura se a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sob seu comando, foi utilizada para monitorar ilegalmente alvos hostis ao governo Bolsonaro. Os dados de ambas as investigações foram compartilhados.

A principal linha de investigação da PF é que diversos órgãos do governo passado foram mobilizados para interferir na posse de Lula, como setores da Abin, da Polícia Rodoviária Federal, do Palácio do Planalto e das Forças Armadas.

Uma das principais evidências elencadas pela PF é a discussão de um projeto golpista em reuniões nos Palácios do Planalto e da Alvorada, no final de 2022.

Segundo a PF, o ex-presidente havia convocado os então comandantes do Exército, Aeronáutica e Marinha para discutir a aplicação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), estado de defesa e de sítio para impedir a transferência do cargo para Lula , que havia vencido as eleições daquele ano. Segundo as investigações, os chefes do Exército e da Aeronáutica se manifestaram contra o plano.

Na quarta-feira (6), os investigadores colherão depoimentos de um general e de coronéis, que ainda não prestaram esclarecimentos. Os coronéis entrevistados serão Anderson Lima e Carlos Geovani. Ambos foram indiciados na semana passada em inquérito da Polícia Militar.

As novas declarações foram marcadas pela PF a partir da análise de material apreendido durante as investigações, e há indícios de ligação entre a suposta fraude da Abin e a tentativa de golpe de Estado. A previsão é que a PF finalize a investigação ainda neste mês de novembro.

A PF deve concluir que há indícios do envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro na elaboração de um projeto golpista discutido em reuniões realizadas no Palácio da Alvorada após a eleição de 2022, quando Bolsonaro foi derrotado nas urnas. Declarações à PF revelaram reuniões entre autoridades para uma tentativa de golpe de Estado no Brasil.