29/10/2024 – 19:29
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Felício Filho também garantiu que os pilotos fossem treinados para lidar com condições adversas
O presidente da Voepass Linhas Aéreas, José Luis Felício Filho, afirmou na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (29) que a aeronave que caiu em Vinhedo (SP) no dia 9 de agosto, matando quatro tripulantes e 58 passageiros, havia passado por manutenção o na noite anterior e estava totalmente operacional.
Felício Filho, que é piloto, solidarizou-se com familiares e amigos de passageiros e tripulantes que perderam a vida no voo 2283, que fazia a rota de Cascavel (PR) para Guarulhos (SP). Ele também garantiu que os pilotos fossem treinados para lidar com condições adversas, incluindo gelo.
Uma das hipóteses investigadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), do Comando da Aeronáutica, é o acúmulo de gelo em partes do avião.
Em depoimento à comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha a investigação do acidente, ele também repudiou as declarações de um ex-comandante de companhia que relatou o uso de um palito para acionar o botão antigelo de um avião da empresa. “Quando chegamos a uma situação específica como essa, trata-se de demissão sumária ou do técnico de manutenção ou do piloto, que não alertou ou parou a aeronave imediatamente”, disse Felício Filho, em resposta ao relator da comissão, deputado Padovani (União-PR).
O presidente da Voepass disse que prefere cancelar ou atrasar um voo do que liberá-lo nestas condições. “Voo nesta empresa desde o início, minha família voa, meus filhos estão treinando para serem pilotos nesta empresa. O que não funciona para mim e para minha família não funciona para nossa tripulação e muito menos para nossos passageiros”, acrescentou. .
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Padovani (D) questionou a falta de comunicação com a torre de controle sobre problemas com equipamentos de degelo
O relator questionou ainda se os pilotos foram negligentes ao não reportarem à torre problemas com o equipamento de degelo antes mesmo de pedirem autorização para baixar a altitude do avião. “Sabemos que se reportassem à torre que tinham problemas nos equipamentos poderiam ser penalizados, assim como a empresa. Você acha que poderia haver alguma ligação entre o acidente e o fato de terem encoberto o problema do excesso de gelo nas asas naquele momento?” perguntou Padovani.
Felício Filho respondeu que somente a conclusão das investigações do Cenipa poderá esclarecer verdadeiramente o ocorrido. “Às vezes, em um voo de 1h40, você entra e sai de formações de gelo diversas vezes ao longo do caminho. O sistema pode ter sido ligado e desligado diversas vezes, mas o Cenipa poderá nos dizer, de forma precisa, qual foi a intensidade do gelo, o funcionamento do sistema, o alerta da tripulação”, disse o presidente da Voepass .
Felício Filho afirmou ainda que o avião tinha combustível suficiente para voar de Cascavel a Guarulhos a 10 mil pés, ou seja, voando mais baixo e gastando mais combustível para evitar formações de gelo. Ele se recusou a comentar se o acidente poderia ter sido evitado se a altitude fosse menor.
Em relatório preliminar divulgado no dia 6 de setembro, o Cenipa concluiu, com base em dados da caixa preta da aeronave, que os pilotos não reportaram nenhum tipo de emergência à torre de controle antes do acidente. A conclusão das investigações do Cenipa pode levar meses.
Natural de Cascavel, Padovani destacou que o objetivo da comissão externa não é encontrar culpados, mas sugerir mudanças na legislação que possam aumentar a segurança do tráfego aéreo, evitando futuros incidentes.
Reportagem – Murilo Souza
Edição – Georgia Moraes
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