Tarcísio pode ficar inelegível por dizer que PCC orientou voto em Boulos

Tarcísio pode ficar inelegível por dizer que PCC orientou voto em Boulos


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O discurso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de que um facção criminosa orientou votos no então candidato a prefeito da capital Guilherme Boulos (PSOL) é grave o suficiente para condená-lo por abuso de poder político e torná-lo inelegível por oito anos, segundo especialistas em direito eleitoral ouvidos pelo jornal Folha de S.Paulo.

A declaração de Tarcísio feita ainda em votação, no domingo (27/10), também coloca em risco a vitória de Ricardo Nunes (MDB), que pode ter seu diploma de prefeito reeleito cassado pela Justiça.

A declaração do governador foi dada em entrevista na escola onde foi votar. Esteve ao lado de Nunes e Mello Araújo, deputado do emedebista.

Tarcísio foi questionado por um jornalista sobre a violência em algumas campanhas. “Já alertamos sobre isso há muito tempo. Fizemos muito trabalho de inteligência. Então pegamos e reforçamos o policiamento nas grandes cidades onde há segundo turno”, respondeu.

“Vamos ter muitas conversas com o Tribunal Regional Eleitoral para ver os relatórios que mostram os locais que tiveram ligações com o crime organizado”, acrescentou Tarcísio, antes de ser questionado e acompanhado sobre o ocorrido na capital.

“Houve uma interceptação de conversas e instruções emanadas de prisões pertencentes a uma facção criminosa, orientando certas pessoas de determinadas áreas a votarem em determinados candidatos”.

O governador foi então questionado pela Folha sobre qual candidato foi indicado pelo PCC em São Paulo, ao que Tarcísio respondeu: “Boulos”.

O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) disse que não tem conhecimento de relatório de inteligência nem recebeu informações oficiais sobre o caso específico. A Corte afirmou que tomou conhecimento do episódio pela imprensa e disse que “não comentaria casos específicos que vier a julgar”.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou em nota que “o Sistema de Inteligência da Polícia Militar interceptou a circulação de mensagens atribuídas a uma facção criminosa determinando a escolha de candidatos a prefeito nos municípios de Sumaré, Santos e Capital. das mensagens.”

Também no domingo, a campanha de Boulos protocolou duas medidas na Justiça Eleitoral. Aquela que pode ter consequências mais pesadas é tecnicamente chamada de Aije (ação judicial de investigação eleitoral). O processo pode levar à inelegibilidade de Tarcísio, Nunes e Mello Araújo por oito anos, além da cassação da chapa de prefeito.

A ação tramita agora na Justiça Eleitoral de primeira instância de São Paulo. A acusação é que o discurso do governador constituiu abuso de poder político e uso indevido da mídia.

Especialistas em direito eleitoral ouvidos pela Folha afirmam que existem elementos potenciais suficientes para levar à condenação de Tarcísio.

Consequências

O advogado Fernando Neisser, professor de direito eleitoral da FGV-SP, afirma que a configuração do abuso de poder político independe da veracidade do conteúdo ou da existência da orientação de voto.

Segundo Neisser, “os crimes eleitorais são investigados pela Polícia Federal, e não pela Polícia Civil, justamente no intuito de distanciar isso do controle político mais local exercido pelos governadores, pelos prefeitos, que têm uma capacidade muito maior de influenciar teoricamente as localizações das forças policiais.”

Para o professor da FGV, “não faz sentido jurídico” que essas informações de inteligência tenham ficado contidas no governo do estado e muito menos levadas ao público sem outras provas no dia da votação, em evento em que Tarcísio falou como governador, com Adesivo de Nunes e ao lado do candidato que apoiou.

“Numa avaliação estritamente jurídica, parece-me que existem elementos muito fortes que levam à condenação de ambos”, afirma.

Miguel Novaes, sócio da FRN Advogados, afirma que o abuso de poder político e o uso indevido dos meios de comunicação social têm fundamento jurídico. “É um governador de estado, uma autoridade política, fazendo uma declaração muito séria, para potencialmente desequilibrar a eleição. Quem quer estar do mesmo lado de uma facção criminosa?”, afirma.

Vânia Aieta, professora da UERJ e coordenadora geral da Abradep (Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político), diz que a possibilidade de os acusados ​​serem condenados “não é uma aventura, porque a ação proposta tem um arcabouço teórico e normativo sério”.

O eleitoralista considera que o discurso teve um viés eleitoral, para, “através da desinformação, esvaziar a campanha de Boulos”. Para ela, portanto, este é um problema acima de tudo criminoso.

Segundo Volgane Carvalho, professor da Unifor (Universidade de Fortaleza) e membro da Abradep, a declaração de Tarcísio pode levar à cassação da chapa de Nunes.

“A jurisprudência do TSE e a própria legislação são muito tranquilas no sentido de que, mesmo que eu não tenha praticado nenhuma conduta abusiva, se eu for beneficiário dessa conduta abusiva, sofrerei seus efeitos. Dizem que o prefeito Ricardo Nunes não falou nada, ele se beneficiou, abstratamente, da conduta”, diz Carvalho.

Advogados citaram como precedente o caso do ex-deputado Fernando Francischini, cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por espalhar notícias falsas contra urnas eletrônicas no dia da votação. Ele foi condenado por uso indevido da mídia, bem como por abuso de poder e autoridade política.

A outra medida judicial movida pela defesa de Boulos tem nome técnico de notícia crime e foi apresentada ao TSE. O objetivo nesse processo é que o Ministério Público Eleitoral solicite a abertura de inquérito pela PF e que o órgão posteriormente ajuize ações judiciais contra Tarcísio e Nunes. O caso foi distribuído ao TSE ao ministro Kassio Nunes Marques.

Nesta frente, a defesa de Boulos sustenta que o crime eleitoral foi “divulgar, na propaganda eleitoral ou durante a campanha eleitoral, factos que sabe serem inverídicos em relação a partidos ou candidatos”.

Acompanhe nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia

A pena neste caso é de reclusão de dois meses a um ano ou pagamento de multa, e não acarreta inelegibilidade ou cassação.



emprestimo do inss

empréstimo para consignados

simular um empréstimo consignado

simular empréstimo picpay

simular emprestimo picpay

como fazer emprestimo no picpay

emprestimo consignado no inss

blue emprestimo

simulação empréstimo picpay

emprestimo consignado simulação

inss empréstimos

Copyright © 2024 watz electronix – fast, reliable phone & computer repair in nairobi. Bundled golf community buttons bonita springs. Technologie w produkcji suplementów.