As capitais em que a disputa é entre democracia ve…

As capitais em que a disputa é entre democracia ve…



Força, Belo Horizonte e Curitibaentre as 15 capitais que escolhem o prefeito em segundo turno, estão as cidades que merecem muita atenção na reta final desta desgastante disputa municipal. O leitor poderia até dizer que seria mais fácil esse texto sair no dia seguinte à eleição, aguardando o resultado para satisfazer a vontade do eleitor. O que acontece é que mesmo com as chances de vitória dos candidatos da “direita democrática” Belo Horizonte e Curitibadado que as pesquisas apontam para isso, enquanto em Fortaleza há um empate numérico, há um claro sinal perigoso por parte dos eleitores insatisfeitos, que concordam massivamente em votar em candidatos com discursos, no mínimo, absurdos. Marcal está, pelo menos por enquanto, para trás, mas há muitos que ainda incorporam este discurso perturbador e anti-sistema.

Mais do que Lula contra Bolsonaroo que está em jogo nesses locais é a disputa entre um discurso democrático versus a chance de novas figuras do movimento golpista de Bolsonaro se destacarem em importantes capitais brasileiras. Menciono os três, não só por serem grandes capitais, onde se concentram muitos eleitores, mas porque estão estrategicamente localizados em três regiões brasileiras: Nordeste, Sudeste e Sul respectivamente.
Curitiba tem sido a maior surpresa nestas eleições. E não é de admirar. A poucas horas do fim da eleição, o candidato da máquina municipal e estadual, o atual vice-prefeito Eduardo Pimentel do PSD, está ligeiramente à frente do candidato Cristina Graemluma espécie de Marina Le Pen paranaense. A candidata do PMB, cujo partido local se declarou neutro em sua própria campanha, dispensa comentários sobre os absurdos que vem dizendo ao longo desta eleição. Graeml se coloca claramente nas eleições com um discurso separatista entre uma Curitiba sem problemas no passado e uma capital cheia de desafios dadas as regiões – periféricas, claro – que surgiram ao longo dos anos. Entre as soluções, o candidato sugere a cobrança de passagens de ônibus por quilômetro percorrido, numa espécie de “justiça” aos moradores das regiões centrais. Só faltou propor uma parede decorada com fotos de Donald Trump. É assustador.

Belo Horizonte é o lugar onde uma espécie de “mamãe disse mineiro” conseguiu falar besteiras e chegar lá. Ele está muito próximo da vitória, embora o atual prefeito e candidato à reeleição, Fuad Noman conseguiu uma corrida final e pode conseguir vencer, pelo menos era o que diziam as pesquisas do dia anterior. Engler é um dos muitos jovens alunos de Bolsonaro, assim como o candidato de Fortaleza, André Fernandes. O candidato mineiro de 27 anos concorre pela segunda vez à prefeitura e entre a pauta, claro, está a defesa de toda a lista de absurdos do ex-presidente. Ele também é, obviamente, apoiado pelo principal aluno do bolsonarismo, o deputado federal Nikolas Ferreira. Muito pouco se ouviu falar de propostas. Um dos embates entre o candidato do PL e o atual prefeito foi a redação do livro Fuad Noman em que há cenas de estupro de uma menor, aludindo a uma personagem que viaja pelo campo e relembra momentos de sua infância. Nem a divisão entre autor e político, o candidato Bolsonaro conseguiu fazer, ou preferiu não fazer, enquanto juntava tudo num só bolo e acusava Noman de propagar pronografias.
Ainda mais jovem, aos 26 anos, é o deputado federal também pelo PL, André Fernandes. O candidato a prefeito de Fortaleza, assim como a maioria desses jovens com discursos moralistas, apareceu no YouTube e virou fenômeno de audiência nas redes, logo levado às urnas. Assim como Fernandes em Fortaleza, Engler e Nikolas, em Belo Horizonte, Lucas Pavanato em São Paulo, Guilherme Kilter em Curitiba e muitos outros jovens surgiram e deixaram o universo online pelas Câmaras, Assembleias e Congresso, enfurecidos contra qualquer iniciativa progressista e em favor de todos os tipos de conservadorismo, senão retrocessos como o direito ao aborto, por exemplo.

Seja qual for a decisão do eleitor, o que temos em mãos é um futuro que provavelmente será muito sombrio. É claro que os tempos mudam, os pensamentos se reinventam, mas com tantos jovens surgindo ao mesmo tempo que estão na vanguarda do atraso, é assustador pensar na (extrema) direita que virá na luta pelo poder político em os próximos anos.
O que está acontecendo em Fortaleza e Belo Horizonte nas disputas para prefeito e o que está acontecendo em muitas prefeituras é algo para se prestar muita atenção. Porque se em Curitiba o embate é com um extremista maduro e de meia-idade, o que há em todo o Brasil é uma imensa reserva de conservadorismo e retrocesso na flor da idade, pronta para futuras disputas.

* Rodrigo Vicente Silva é mestre e doutor em Ciência Política (UFPR-PR). Estudou História (PUC-PR) e Jornalismo (Cásper Líbero). É vice-editor do Journal of Sociology and Politics. Está vinculado ao grupo de pesquisa Representação Democrática e Legitimidade (INCT-ReDem). Contribua para esta coluna semanalmente



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