Segundo turno das eleições municipais, um novo teste para Lula e Bolsonaro

Milhões de brasileiros vão às urnas neste domingo (27) para o segundo turno das eleições municipaisum teste para os movimentos liderados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Jair Bolsonarojá visando a campanha presidencial de 2026.

O primeiro turno, em 6 de outubro, foi em grande parte a favor da direita e do partido do ex-presidente de extrema direita Bolsonaro, o Partido Liberal (PL).

“O que está em jogo no segundo turno das eleições é uma redistribuição de poder entre os seis principais partidos de direita e centro-direita do Brasil”, que já detêm a maioria no Congresso, explica à AFP Geraldo Monteiro, coordenador do Congresso Brasileiro Centro de Estudos e Pesquisas sobre Democracia (Cebrad) e professor de Ciências Políticas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

As atenções estão voltadas para São Paulo, a maior cidade da América Latina e capital econômica do Brasil, onde o Prefeito Ricardo Nunes, apoiado por Bolsonaro, é o favorito na disputa contra Guilherme Boulos, candidato de Lula.

O pesquisa do instituto Datafolha publicado no sábado mostra Nunes com 57% das intenções de voto, contra 43% do candidato de esquerda.

Lula não participou da campanha de Boulos por acidente doméstico que ele sofreu em 19 de outubro. O presidente bateu a cabeça ao cair no banheiro enquanto cortava as unhas e o acidente o obrigou a limitar sua agenda.

Lula, que completa 79 anos neste domingo, não poderá viajar para votar na cidade de São Bernardo do Campo.

– Suspense em nove capitais –

O segundo turno acontece em 51 cidades, incluindo 15 capitais, com disputa acirrada em nove delas, incluindo Fortaleza e Cuiabá.

Nas duas cidades, o duelo acontece entre candidatos do Partido dos Trabalhadores de Lula e do Partido Liberal de Bolsonaro.

Em Belém, capital do Pará, que sediará a conferência climática da ONU COP30 em 2025, um cético em relação às mudanças climáticas, Eder Mauro (PL), concorre à prefeitura com o centrista Igor Normando (MDB).

– Batalha em 2026 –

O PL de Bolsonaro venceu as prefeituras de duas capitais no primeiro turno e agora disputa o segundo turno em nove.

O ex-presidente de extrema direita, porém, teve participação discreta na campanha e um de seus grandes aliados, o influente pastor evangélico Silas Malafaia o chamou de “covarde”.

Em São Paulo, o fato de Nunes ter recebido o maior número de votos no primeiro turno foi atribuído em grande parte ao apoio do governador do estado, Tarcísio de Freitas.

O ex-ministro de Bolsonaro é visto como um potencial candidato da direita nas eleições presidenciais de 2026.

Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral por abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação, mas acredita que obterá anistia e disputará eleições dentro de dois anos.

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“O nome é Messias”, disse Bolsonaro esta semana em referência ao seu nome do meio, quando questionado sobre quem será o candidato da direita em 2026. “O candidato é Bolsonaro”, reafirmou o governador de São Paulo, ao lado do seu ex-presidente. .

Lula, por sua vez, ainda não anunciou se concorrerá à reeleição.