Engler diz que eleição à PBH será ‘no fio da navalha’

O deputado estadual Bruno Engler, candidato do PL a prefeito de Belo Horizonte (PBH), aproveitou seu último ato de campanha para pedir votos aos apoiadores e para que eles convencessem o eleitorado que não votou no primeiro turno. Caminhando pela Pampulha, neste sábado (26/10), a menos de 24 horas da abertura dos postos de votação, o bolsonarista previu uma eleição acirrada contra o atual prefeito Fuad Noman (PSD).

No primeiro turno da eleição, Engler ficou em primeiro lugar com 435.853 votos (34% dos votos válidos). Fuad, por sua vez, teve 336.442 votos (26,54%). Os candidatos só tiveram mais eleitores do que aqueles que preferiram não votar no dia 6 de outubro, quase 590 mil pessoas (29,5%).

“Nesta reta final, não deixe de conversar com aquele amigo, aquele vizinho, aquele parente, aquela pessoa que ainda não sabe em quem votar. Fale sobre nossas propostas, nossa perspectiva de mudança. Passa a mensagem de que não somos obrigados a nos contentar com uma prefeitura ruim, que não somos obrigados a nos contentar com uma prefeitura que não respeita nossos valores, que podemos ter uma gestão séria. Fecharemos, mas pedimos que repassem esse recado, porque será uma eleição de faca”, declarou Engler a uma centena de apoiadores.

O candidato do PL fez uma caminhada desde a Igreja São Francisco de Assis, à beira da Lagoa da Pampulha, até a esplanada do Mineirão. Questionado sobre a mudança de um tom moderado para um mais agressivo na reta final, Engler afirmou que suas críticas ao prefeito não são ideológicas e disse não ter medo de alienar os eleitores centristas.

“Não creio que seja uma agenda ideológica defender a inocência das crianças. Quem em sã consciência pensa que um livro com conteúdo sexualmente explícito exposto a crianças pequenas é normal? Quem acha normal que uma feira com dinheiro público tenha livros como “Satanás Amigo”? Isto é um absurdo. Não é uma agenda de direita, não, é uma agenda de bom senso. Estamos falando de coisas que, na minha opinião, a grande maioria dos belo-horizontinos entende que não podem continuar”, afirmou o candidato.

Nos últimos dias, o Prefeito Fuad conseguiu uma série de decisões na Justiça Eleitoral que lhe concedeu o direito de resposta, especialmente às críticas que Engler faz ao contrato do autocarro e ao livro escrito pelo candidato do PSD, “Cobiça” (2020), romance de ficção que conta na primeira pessoa os abusos sexuais sofridos por um adolescente. O horário eleitoral na TV e no rádio foi estendido até este sábado (26/10) em favor de inserções do prefeito.

Engler minimizou as decisões, e mais uma vez reforçou a narrativa “antissistêmica”, afirmando que Fuad tem “muitos amigos influentes”. “Estamos trabalhando com a verdade. Fiz questão de abordar todos os assuntos que abordei na campanha no debate de ontem e dar oportunidade ao prefeito de responder. Ele não respondeu porque não pode”, declarou Engler.