Disputa em São Paulo: Desafio de Tarcísio é manter…

As pesquisas desta semana confirmam: nada de novo aconteceu no segundo turno em São Paulo e a tendência é de um resultado da eleição que não seja favorável aos interesses de Lula e do candidato que ele escolheu, Guilherme Boulos, do Psol.

Boulos saiu do primeiro turno precisando de algum tipo de milagre para diminuir a alta rejeição eleitoral e conquistar parcelas de eleitores moderados e conservadores. Coisa rara na política, mas aconteceu: o milagre veio em forma de tempestade e queda de energia na semana passada. Qual foi a consequência nos votos para o candidato da oposição? Nada de novo na frente eleitoral. No início desta semana, o milagre se repetiu, em menor escala. No entanto, nenhuma notícia surgiu ainda, de acordo com as pesquisas mais recentes.

Se nas próximas 72 horas nada mudar o roteiro de votação traçado pelos eleitores nessas diferentes urnas, é provável que na noite de domingo São Paulo tenha um prefeito reeleito, Ricardo Nunes, do MDB, e uma nova referência legitimada no cenário nacional. cenário político, o governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos.

Uma eventual conquista faria a capital brilhar num mapa eleitoral onde 60% dos 645 municípios paulistas estão sob o controle de Tarcísio e seus aliados, com destaque para o PSD e o MDB. Não seria pouca coisa no currículo de um burocrata recentemente convertido à política, com apenas 22 meses de mandato no governo do Estado que tem o segundo orçamento da República e é dono do maior colégio eleitoral do país.

A forma como ele lidará com isso é imprevisível – especialmente porque ele não tem história. Dependerá das suas escolhas a partir da próxima semana. O mais relevante será a decisão sobre o que fazer em 2026. Tentar a reeleição é uma alternativa óbvia. Mas a sedução do poder poderia levá-lo a outra batalha, talvez mais complexa, e arriscar-se a concorrer à presidência contra Lula ou um substituto.

De qualquer forma, Tarcísio precisará definir um protocolo de equidistância de Jair Bolsonaro e seus aliados extremistas. É o seu principal desafio, caso mantenha a ambição de agregar os votos do eleitorado central, dentro ou fora do Estado de São Paulo. Bolsonaro se tornou um fardo por causa do alto índice de rejeição —perto de 60% na média das pesquisas. Esse é um filme que Tarcísio assistiu durante a campanha paulista que está terminando.