Lula admite não ter base para pauta de costumes

Lula admite não ter base para pauta de costumes



Brasília – As derrotas sofridas pelo governo federal na sessão do Congresso Nacional nesta semana ampliaram o diagnóstico do petista e de sua equipe de que o Planalto não tem bases para alcançar vitórias na chamada agenda aduaneira defendida pelo bolsonarismo. A avaliação foi feita pelo próprio chefe do Executivo em reunião nesta quarta-feira com os auxiliares que cuidam da coordenação política, segundo relatos.

No encontro, leu-se que o governo obteve vitórias importantes em questões ligadas à economia, mas que deveria evitar envolver-se em projectos ligados às alfândegas. Lula se reuniu com o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) e com os três líderes do governo: do Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP); da Câmara, José Guimarães (PT-CE); e do Senado, Jaques Wagner (PT-BA). Segundo aliados, o presidente descarta por enquanto fazer mudanças no time.

Durante a reunião, o presidente decidiu que se reuniria com o grupo todas as segundas-feiras. Padilha e os líderes costumam conversar no início da semana e também com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Apesar da arrumação, tanto Randolfe quanto Wagner tentaram minimizar publicamente o resultado da sessão e destacaram que a derrota já estava “precificada” dado o perfil conservador do Congresso Nacional.

“Estamos num período em que a política já não é a política que conhecíamos há oito, dez anos. A política está totalmente bipolarizada, fanatizada. E alguns já estão em campanha eleitoral para 2026”, disse Wagner aos jornalistas. Há uma avaliação no Planalto de que a imposição de orçamento de emendas parlamentares bilionárias enfraqueceu o poder de negociação do governo e, consequentemente, de formar uma base mais fiel.

Além disso, reservadamente, parlamentares da base governista dizem que o Centrão tenta aderir ao bolsonarismo nas chamadas agendas consuetudinárias para obter ganhos políticos nas eleições municipais de outubro. Três pautas de cunho ideológico marcaram a sessão: o fim das saídas de presos, um pacote de costumes incluído por apoiadores de Bolsonaro na prévia do orçamento e o veto de Jair Bolsonaro (PL) ao dispositivo que criminalizava a “comunicação enganosa em massa”.

Nos dois primeiros casos, os parlamentares derrubaram os vetos de Lula a projetos previamente aprovados pelo Legislativo. O veto de Bolsonaro foi mantido. Na opinião dos parlamentares, o movimento demonstrou a ascendência de Bolsonaro na agenda Legislativa. Todas as derrotas se devem à grande margem de votos e ao apoio dos partidos de centro e de direita que têm assento na Esplanada de Lula.

Mesmo pelo reconhecimento de ser minoria, o governo não tem feito muitos esforços para tratar da agenda aduaneira no Congresso. Por exemplo, ele liberou a base para votar como quisesse no caso de criminalização do porte de drogas no Senado. Durante a reunião interna, Lula disse que não foi surpresa que o veto no caso da libertação dos presos tenha sido derrubado, pois já havia sido alertado sobre a dificuldade de reverter a posição dos parlamentares.

O chefe do Executivo reconheceu que não havia clima no Congresso para aprovar seu ato, mas considerou que precisava se manifestar. Antes da votação, o petista ainda disse a ministros e líderes do governo que a manutenção do veto às festas era uma prioridade e pediu compromisso de coordenação política com as bancadas partidárias.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que patrocinou o projeto de lei que encerrou a festa, disse que o resultado da sessão “demonstra naturalmente uma força considerável da oposição”. “Não se pode, de facto, medir a força de um governo, ou a falta de força de um governo, a fraqueza de um governo, em votações específicas. É o todo que deve ser analisado. Não vejo nada de anormal nesta sessão do Congresso Nacional”, afirmou.

“Mas é muito importante, por mais que a oposição consiga se organizar, isso é muito importante para a democracia, que o governo também se organize da melhor forma possível com sua base de apoio na Câmara dos Deputados e no Senado Federal”, disse. adicionado.

No caso das noitadas, Lula havia vetado a parte do projeto aprovada pelos parlamentares que proibia presos de saírem do regime semiaberto para visitarem seus familiares, o que geralmente ocorre em datas comemorativas como Natal e Páscoa. Quando o projeto chegou ao Planalto, ministros como Padilha chegaram a se opor ao veto porque entendiam que ele seria derrubado no Congresso e soaria como uma derrota para o governo. Questionado pela imprensa sobre possíveis mudanças na coordenação com o Congresso, Randolfe disse que, no momento atual, existe “um núcleo político que conta com a confiança do Presidente da República”. (Folhapress)

GÁS PARA ARGENTINA

Apesar da falta de diálogo entre os presidentes Javier Milei e Luiz Inácio Lula da Silva, o governo argentino pediu ajuda ao governo brasileiro para garantir o fornecimento de gás natural e evitar um colapso energético. A Petrobras confirmou a venda de gás natural liquefeito (GNL) ao país vizinho. A Energia Argentina Sociedad Anonima (Enarsa), estatal exploradora de petróleo e gás natural, recorreu à compra emergencial da petrolífera brasileira para superar a crise de abastecimento devido ao aumento da demanda no mercado nacional, que afeta mais de 300 indústrias e postos de combustíveis. O país tem enfrentado baixas temperaturas nas últimas semanas. O navio que transportava 44 milhões de metros cúbicos de gás natural chegou nesta terça-feira ao terminal argentino.



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