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A Editorial Sul
| 30 de maio de 2024
Uma ampla reforma ministerial só deverá ser realizada após as eleições municipais, em outubro. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alertou seus auxiliares que não pretende desencadear uma reforma ministerial ou trocar seus coordenadores políticos após a derrota sofrida na última terça-feira (28), no Congresso Nacional. A palavra de ordem é apenas acertar os relógios com o time atual.
Ao fazer um balanço da goleada da oposição, que derrubou o veto de Lula à “libertação de presos”, parlamentares da base defenderam, no Palácio do Planalto, um freio à gestão de peso na articulação com a Câmara dos Deputados e o Senado, para facilitar a aprovação de assuntos caros ao governo.
Apesar da reclamação geral e da cobrança por novos desenvolvimentos, os interlocutores de Lula afirmam que uma ampla reforma ministerial só será realizada após as eleições municipais, quando o presidente vir o desenho político definido pelas urnas. A articulação deve ser condizente com a sucessão no PT. A atual presidente do partido, Gleisi Hoffmann, encerrará o mandato em 2025 e caminha para assumir um ministério. O favorito de Lula para liderar o partido a partir do ano que vem é o prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva.
Segundo a Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo, uma ala significativa do PT atribuiu a responsabilidade pela vitória da oposição na última terça-feira ao líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). Mas o próprio partido do presidente Lula votou pela derrubada do veto de Lula à “libertação” de presos. Enquanto isso, o Legislativo manteve o veto do então presidente Jair Bolsonaro à Lei de Segurança Nacional, evitando a criminalização de notícias falsas durante a campanha eleitoral.
Nos bastidores, aliados não petistas reciclaram a denúncia de que Lula confiava apenas ao PT seus ministérios palacianos. Os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), também são filiados ao partido. À frente da liderança no Congresso, Randolfe deixou a Rede Sustentabilidade e está sem partido, mas já anunciou que pretende voltar às fileiras do PT.
Em meio à “ressaca” das derrotas no Congresso, pessoas próximas a ele enfatizaram ao presidente que o Congresso voltou a demonstrar sua resistência à agenda aduaneira, e “cartuchos” de articulação política não deveriam ser aplicados nesta área. O Palácio do Planalto, porém, entende que o cerne da agenda econômica está blindado, principalmente na reforma tributária, que tem papel compartilhado com o Congresso.
Segundo um ministro, Lula já sabia que seria derrotado no veto das “saidinhas”, mas sentiu que era importante se posicionar e evitar as críticas da esquerda que o isentavam do debate sobre segurança pública.
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Lula alertou seus auxiliares que não pretende desencadear uma reforma ministerial nem trocar seus coordenadores políticos após a derrota que sofreu no Congresso
30/05/2024
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