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A Editorial Sul
| 21 de outubro de 2024
Lula sofreu um ferimento na cabeça, causado pela pancada na nuca.
Foto: Divulgação
Lula sofreu um ferimento na cabeça, causado pela pancada na nuca. (Foto: Divulgação)
O acidente doméstico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim de semana evitará “outras dores de cabeça” para o Brasil na diplomacia, na avaliação de Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da ESPM. Lula não pôde viajar a Kazan, na Rússia, para participar da 16ª Cúpula do BRICS. Como se costuma dizer nos corredores do Itamaraty: foi caso de força maior e o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) estará lá com poder de negociar e entrar em contato com o presidente em caso de assuntos espinhosos. Porém, a foto do primeiro encontro presencial de Lula com o presidente russo, Vladimir Putin, foi adiada.
“No formato proposto, a Rússia e a China querem apresentar uma visão muito unida contra o mundo ocidental. O aperto de mão poderá gerar forte tensão com Washington. Este não é o momento para isso”, afirma Trevisan. Entre os temas da cúpula está a desdolarização. Ex-presidente e candidato à presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, Donald Trump, por exemplo, já avisou que pretende punir quem adotar esse caminho.
O professor destaca ainda a importância de um encontro direto entre Lula e o presidente do Irã neste momento. “É claro que o Brasil já avançou muito no Oriente Médio e teve seus motivos em relação às distâncias com Israel. Mas seria cruzar uma linha vermelha.”
Trevisan destaca ainda que a China e a Índia querem incluir a Nicarágua e a Venezuela nos BRICS. “Para o Brasil isso não tem interesse algum. O Brasil praticamente rompeu com a Nicarágua e esfriou com a Venezuela.”
Entenda a lesão
O médico pessoal de Lula, Dr. Roberto Kalil Filho, que o atendeu no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, explicou que o presidente sofreu um ferimento na cabeça, causado pela pancada na nuca.
Segundo o boletim médico divulgado pela presidência, o chefe do Executivo sofreu uma “lesão contundente na região occipital”, zona localizada na nuca.
“Esta é uma lesão caracterizada por trauma que envolve cortes e hematomas no tecido. Geralmente ocorre quando há um impacto que resulta em laceração da pele e do tecido subjacente, muitas vezes com presença de hematoma. No caso do crânio, é comum que o hematoma se localize na região subgaleal (acima do osso, mas abaixo do tecido subcutâneo), coloquialmente chamada de ‘protuberância’”, explica André Gentil, neurocirurgião do Hospital Israelita Albert Einstein.
Kalil explicou que Lula chegou ao hospital com ferimento na cabeça, mas que está bem. “A ferida precisava de pontos. Fizemos tomografias e ressonâncias magnéticas, que mostraram um pequeno sangramento na região temporal, na parte frontal da cabeça. Isso porque, em quedas, o contragolpe pode lesionar a parte frontal”, explicou o especialista.
O médico pessoal de Lula destacou que, apesar do impacto, o presidente não perdeu a consciência. “Ele não desmaiou, não escorregou nem nada parecido”, disse ele.
Um ferimento na cabeça ocorre como resultado de um golpe violento ou forte na cabeça. Segundo a Mayo Clinic, organização sem fins lucrativos da área de serviços médicos e pesquisas médico-hospitalares, localizada nos Estados Unidos, as lesões cerebrais causadas por esse tipo de acidente podem afetar as células cerebrais temporariamente ou, em casos mais graves, pode resultar em hematomas, lesões, sangramento e outros danos físicos ao cérebro.
As causas mais comuns para esse tipo de trauma incluem quedas, colisões relacionadas a acidentes de trânsito, violência, lesões esportivas ou explosões. (AE)
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Acidente doméstico de Lula evitará mais uma dor de cabeça na diplomacia, diz especialista
2024-10-21
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