Vendas do Tesouro Direto têm maior valor mensal da história

Vendas do Tesouro Direto têm maior valor mensal da história


Na comparação com agosto do ano passado, o volume subiu 150,5%.

Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil

Na comparação com agosto do ano passado, o volume subiu 150,5%. (Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil)

As vendas de títulos públicos para pessoas físicas pela internet totalizaram R$ 8,01 bilhões em agosto, informou o Tesouro Nacional nesta segunda-feira (21). Este é o maior valor mensal desde a criação do programa em 2002, superando o recorde anterior de março de 2023, quando as vendas somaram R$ 6,84 bilhões e bateram recorde.

Na comparação com julho, as vendas cresceram 24,6%. Na comparação com agosto do ano passado, o volume subiu 150,5%. Os dados foram divulgados com quase um mês de atraso devido à greve dos funcionários do Tesouro Nacional, que suspenderam três vezes a venda de títulos de programa em menos de um mês.

Segundo o Tesouro, dois fatores contribuíram para o elevado volume de vendas em agosto. A primeira foi o vencimento dos títulos de longo prazo corrigidos pela inflação, que foram trocados por novos títulos. A segunda foi a forte emissão de títulos corrigidos pela Taxa Selic (taxa básica de juros da economia), cujas emissões mensais atingiram R$ 3,34 bilhões e só perderam até março de 2023, quando totalizaram R$ 4,32 bilhões.

Os títulos mais procurados pelos investidores em agosto foram aqueles corrigidos pela inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA), cuja participação nas vendas atingiu 46,6%. Os títulos vinculados à Selic (taxa básica de juros da economia) correspondiam a 41,7% do total, enquanto os títulos pré-fixados, com taxas de juros definidas no momento da emissão, totalizavam 7,8%.

Destinado ao financiamento de aposentadorias, o Tesouro Renda+, lançado no início de 2023, respondeu por 2,4% das vendas. Criado em agosto do ano passado, o novo título Tesouro Educa+, que visa financiar poupanças para o ensino superior, atraiu apenas 1,5% das vendas.

Os juros por títulos atrelados a taxas básicas de juros são justificados pelo elevado patamar da Taxa Selic. A alíquota, que era de 10,5% ao ano de maio a agosto deste ano, passou para 10,75% ao ano. Com a expectativa de novas máximas, as ações continuam atrativas. Os títulos indexados à inflação também têm atraído investidores devido à expectativa de aumento da inflação oficial nos próximos meses.

O estoque total do Tesouro Direto atingiu R$ 141,54 bilhões ao final de agosto, queda de 2,64% em relação ao mês anterior (R$ 145,39 bilhões), mas aumento de 16,4% em relação a agosto do ano passado (R$ 121,61 bilhões). ). A queda ocorreu porque os resgates superaram as vendas em R$ 4,94 bilhões no mês passado, principalmente por conta do volume recorde de vencimentos de títulos indexados à inflação.

Em relação ao número de investidores, 303,56 mil participantes se inscreveram no programa no penúltimo mês. O número total de investidores atingiu 29.602.068. Nos últimos 12 meses, o número de investidores aumentou 16,2%. O total de investidores ativos (com operações abertas) atingiu 2.664.829, aumento de 12,3% em 12 meses.

A utilização do Tesouro Direto pelos pequenos investidores pode ser percebida no considerável número de vendas de até R$ 5 mil, que correspondeu a 79,2% do total de 869.618 transações de vendas ocorridas em agosto. Somente investimentos de até R$ 1 mil representaram 56,4%. O valor médio por operação atingiu R$ 11.190,66, inflacionado pela troca de títulos atualizados pela inflação, utilizados principalmente por quem quer financiar a aposentadoria.

Os investidores estão preferindo papéis de curto prazo. As vendas de títulos de até cinco anos representam 79,6% do total. As operações com prazo entre cinco e dez anos correspondem a 6,8% do total. Os papéis com prazo superior a dez anos representaram 13,6% das vendas.

O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicativo e permitir que pessoas físicas possam adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional, pela internet, sem a intermediação de agentes financeiros. O investidor só precisa pagar uma taxa semestral à B3, bolsa de valores brasileira, que detém a custódia dos títulos. Mais informações podem ser obtidas no site do Tesouro Direto.

A venda de títulos é uma das formas que o governo tem para captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com uma taxa adicional que pode variar de acordo com a taxa Selic, taxas de inflação, taxa de câmbio ou taxa previamente definida no caso de títulos prefixados. As informações são da Agência Brasil.