Anvisa suspende propaganda e venda de “chips da beleza”

Anvisa suspende propaganda e venda de “chips da beleza”


O “chip da beleza” é um tipo de terapia hormonal com fins estéticos.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O “chip da beleza” é um tipo de terapia hormonal com fins estéticos. (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a manipulação, comercialização, publicidade e uso de implantes hormonais manipulados, conhecidos como “chips de beleza”.

O “chip da beleza” é um tipo de terapia hormonal com fins estéticos. O uso do aparelho também está ligado ao tratamento dos sintomas da menstruação e da menopausa. Os chips já foram proibidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) por apresentarem riscos à saúde.

Segundo o órgão, a medida preventiva foi adotada após denúncias apresentadas por entidades médicas. Diversas associações alertaram para o crescente uso indevido de implantes hormonais no país. Em dezembro de 2023, sete entidades manifestaram preocupação com o assunto e enviaram ofício à Anvisa pedindo providências quanto à comercialização e utilização desses implantes.

Segundo as entidades, há um aumento no atendimento de pacientes com problemas devido ao uso de implantes que misturam diferentes hormônios.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Paulo Miranda, a medida é um passo importante para proteger a população dos riscos associados aos implantes hormonais.

O que eles são?

Os implantes hormonais são implantes subcutâneos que liberam um determinado hormônio lentamente no corpo.

Existem vários implantes disponíveis no mercado. O “chip da beleza”, em especial, é o nome dado aos implantes de gestrinona, hormônio sintético da progesterona, que faz com que a testosterona (hormônio masculino) aumente.

Considerando a falta de evidências científicas, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) afirma que não há recomendação médica para o uso de implantes, “seja para fins de realização de terapia hormonal na menopausa ou contracepção, por falta de segurança de dados, especialmente de longo prazo”.