Eventual denúncia contra Bolsonaro deve vir acompanhada de indícios de autoria, diz criminalista

Eventual denúncia contra Bolsonaro deve vir acompanhada de indícios de autoria, diz criminalista


Especialista afirma que qualquer denúncia contra Bolsonaro deve apresentar provas sólidas de autoria. (Foto: Agência Brasil)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pode estar se preparando para apresentar denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a respeito de uma suposta trama golpista. Segundo o advogado criminalista e professor da Fundação Getulio Vargas Celso Vilardi, qualquer eventual acusação deve vir acompanhada de fortes indícios de autoria.

Em entrevista na última quinta-feira (17), Vilardi destacou a importância de se ter provas sólidas para respaldar qualquer acusação contra o ex-presidente. “A materialidade está estabelecida, há vários elementos sobre a materialidade, seja em relação à tentativa de golpe ou ao ocorrido no dia 8 de janeiro”, afirmou o especialista.

Necessidade de evidências concretas

O advogado enfatizou que, para registrar uma denúncia, são necessárias provas de autoria e comprovação de materialidade. Vilardi destacou ainda que, embora haja discussões sobre a caracterização dos acontecimentos como vandalismo ou tentativa de golpe, a declaração do promotor sugere que uma possível denúncia será apresentada com provas substanciais.

“O que esperamos de uma manifestação contundente como essa é o elo de ligação”, explicou Vilardi, referindo-se à possível ligação entre Bolsonaro e os acontecimentos investigados.

O especialista mencionou que os resultados das buscas e apreensões realizadas durante as investigações poderiam fornecer informações cruciais ainda não divulgadas publicamente.

Contexto político e jurídico

Vilardi também abordou a natureza política do Supremo Tribunal Federal (STF), destacando que ele deve ser amparado no ordenamento jurídico.

Ele alertou contra o uso equivocado da teoria do “domínio dos fatos”, aplicada no julgamento do Mensalão e posteriormente corrigida pelo próprio STF.

“Espero que não [seja usada novamente]até porque essa teoria do domínio do fato foi utilizada de forma equivocada no Supremo Tribunal Federal”, comentou o advogado, lembrando das críticas que o tribunal enfrenta atualmente em relação à condução da investigação das fake news.