Enel tem 24h para restabelecer energia em São Paulo

Enel tem 24h para restabelecer energia em São Paulo



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O tribunal deu à concessionária um prazo de 24 horas Enel restabelecer a energia em todos os imóveis afetados pelo apagão da última sexta-feira (11/10) em São Paulo. Caso a ordem judicial não seja cumprida, a empresa poderá ser multada em R$ 100 mil por hora de descumprimento, sem limite de valores em caso de acúmulo de horas.

A decisão, do desembargador Fabio Souza Pimenta, da 32ª Vara Cível, é liminar, ou seja, provisória e, portanto, passível de recurso. Foi na última terça-feira (15/10) e enviado nesta quarta-feira (16/10) para publicação na Revista Eletrônica da Justiça, o que ainda não ocorreu. Portanto, o prazo ainda não começou a contar. Questionada se vai recorrer da decisão, a empresa disse que apresentará novidades sobre o tema na manhã desta quinta-feira (17/10).

A liminar faz parte de uma ação movida pelo Ministério Público de São Paulo e pela Defensoria Pública do estado contra a Enel devido ao corte de energia ocorrido em novembro do ano passado, que ainda está em andamento. “Eis que depois de um novo acontecimento climático, assistimos a uma nova situação de caos no fornecimento de energia elétrica pela empresa requerida à população”, escreve o magistrado.

“É inaceitável, neste momento processual, que não apenas se repita a referida situação em uma das maiores cidades da América Latina, mas também o seu agravamento como se verifica pela notória e incontroversa demora do réu em restabelecer a plena fornecimento de serviços de energia elétrica a toda a população e a precariedade do seu atendimento através de canais de informação [a ponto da requerida ter informado pela imprensa não haver prazo para a normalização dessa situação]”, afirma em outro lugar.

A decisão judicial determina ainda a inserção, nos sites e redes sociais da empresa, de informações sobre interrupções no fornecimento e previsão de restabelecimento do serviço.

O juiz Fabio de Souza Pimenta afirma ainda em sua decisão que a situação exige a adoção de medida com maior poder coercitivo e cita a “evidência da incapacidade operacional do réu para criar um risco ainda maior de danos sociais e econômicos irreparáveis ​​à população”.

O juiz, por outro lado, negou o pedido na liminar para que a empresa indenize todos os clientes pelos danos materiais causados ​​pela interrupção da energia elétrica, nunca inferior a R$ 350 por dia sem luz, mesmo que não seja apresentada a comprovação do dano .

Em outra decisão judicial, o pedido de liminar da administração Ricardo Nunes (MDB) foi negado nesta quarta-feira para que a Enel fosse obrigada a restabelecer imediatamente o fornecimento de energia elétrica a todos os consumidores afetados em São Paulo.

Na última segunda-feira, o ministro de Minas e Energia do governo Lula (PT), Alexandre Silveira, já havia dado período de três dias para a Enel resolver o problema de escassez de energia em São Paulo.

A empresa, em conjunto com equipes de outras distribuidoras, segundo informou o ministro neste domingo, teria até a manhã de quinta-feira (17) para concluir os reparos e restabelecer totalmente o serviço. Caso ainda haja problemas, você deverá explicar os motivos ao ministério e à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Em boletim com dados até as 17h desta terça, a Enel afirmou que 74 mil clientes da Grande São Paulo ainda estavam sem energia no quinto dia de apagão. Na sexta-feira, o número chegou a 2,1 milhões.

A Enel é responsável pela distribuição de energia elétrica na capital e em 24 municípios localizados na região metropolitana de São Paulo, em uma área total de 4.526 km². A estrutura é composta por 163 subestações e 42 mil km de redes de transmissão, atendendo diariamente cerca de 8,2 milhões de usuários.

Após reunião com o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Augusto Nardes, o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos) e prefeitos da capital e de outros municípios da Grande São Paulo pediram nesta terça-feira intervenção na Enel.

A sugestão vem acompanhada de pedido de abertura de dados operacionais da empresa e revisão de indicadores como os que medem o número de unidades consumidoras sem energia após o temporal da última sexta-feira.

Os pedidos e sugestões ao TCU, reunidos em ofício, incluem revisão do acordo entre Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo) para dar mais poderes ao órgão paulista .

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Em nota, a Enel afirma que “reitera seu compromisso com a sociedade em todas as áreas em que atua e reforça que está realizando os investimentos necessários para aumentar a qualidade dos serviços”.



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