Malafaia escancarou o racha da direita e Bolsonaro…

Malafaia escancarou o racha da direita e Bolsonaro…



“Covarde, negligente, que confia nas redes sociais e não quer se comprometer. Está em cima da parede. Para ficar bem, sabe com quem? Com seguidores [de redes sociais]. […] Que tipo de líder lixo é esse? O palavreado, sabemos, é do líder evangélico Silas Malafaia em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. Houve quem achasse um absurdo ouvir Malafaia, que não tem cargo nem filiação partidária. Acredito que por estas mesmas razões devemos prestar atenção ao que o pastor disse na semana passada. Malafaia foi lá e puxou a corda. Testado para ver até onde vai a energia Bolsonaro como líder da direita. E por que ele fez isso? Como as sondagens parecem ter dito que a direita não tem dono e, talvez, ainda seja apenas um talvez, o eleitor médio quer um líder mais palatável. É hora, portanto, de colocar o líder no centro das atenções.

O primeiro ponto a observar é a vitória dos partidos de centro e de direita. A alcunha de centro está sempre ligada ao fisiologismo político, mas é preciso concordar que esta é a história do voto na Nova República. Os eleitores dos últimos quarenta anos têm-se mostrado assim: algo conservadores, religiosos e com hábitos tradicionais do ponto de vista familiar. Pelo menos este é o filme quando olhamos para o período, com raras exceções na esquerda, quando a primeira década do século viu uma votação mais “progressista”. Ou com uma virada muito mais à direita, quando um eleitor mais reacionário se materializou desde a eleição de 2018, quando Bolsonaro aderiu e puxou a direita para uma posição de liderança no cenário nacional.

Note-se que Bolsonaro é o líder desta direita e ninguém ainda se atreve a dizer completamente o contrário, embora muitos corra um risco velado com frases soltas aqui e ali. Malafaia, por mais enfático que foi em suas palavras, entende o poder do ex-presidente, mas percebe que o cenário que surge é diferente. Se no passado alguém que lutou ou ousou discordar do ex-presidente foi catapultado para o ostracismo, como Joice Hasselmann e João Dóriao enredo agora é um pouco diferente.

Bolsonaro é inelegível, nunca teve histórico de fidelidade partidária. Onde quer que fosse, aproveitava ao máximo o que precisava para si e sua família. Terminado o extrativismo, ele foi embora. Passou por 8 partidos e acumulou seguidores fanáticos, mas pouquíssimos apoiadores leais. E em momentos difíceis, principalmente no contexto da vida festiva, os amigos leais fazem a diferença. Lula e o PT que o diga.

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Um segundo ponto é que por todas estas razões, Bolsonaro tornou-se um líder duvidoso. Se ele tivesse entrado na luta, mesmo que perdesse, talvez tivesse colhido outras recompensas. Ele não fez isso porque não seria capaz. Ele nunca perdeu uma eleição e quando perdeu, tentou vencer por meio de malandragens e golpes. E agora ele tem seguidores, muitos eleitores, mas não pode ser votado. Seu papel é o de um ativista, mas ele não gostou da roupa de ator coadjuvante. O sistema partidário não pode esperar e a fila avança.

E então voltamos ao início do texto. Malafaia está testando quem poderá ser o substituto. Aparentemente aponta o dedo para Tarcísio de Freitaso chamado líder moderado do bolsonarismo. Pois bem… novamente surge a pergunta: mas por que Malafaia teria essa prerrogativa? Há muitos outros que o fazem, é claro. Ciro Nogueira partiu para a ofensiva para demarcar território, por exemplo.

Mas a resposta à importância do discurso de Malafaia deixo ao próprio Bolsonaro, que silenciou e amenizou a situação. Se o fez é porque entende que a liderança do pastor diante dos tantos evangélicos é importante, assim como o seu poder sobre a bancada dos pastores é igualmente inquestionável. Assim como um certo poder sobre ele, Bolsonaro, também parece estar à vista. “Vamos para a rua parar de chorar”, diz Malafaia em determinado momento da entrevista. Ele se posiciona como tutor de Bolsonaro, que aparentemente usa o chapéu.

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Em tempo, vale lembrar que mesmo enfrentando um líder apartidário e testando seus poderes nesse campo, Malafaia faz todo o alarido porque sai em defesa de seu próprio reduto, ou seja, da igreja como instituição que faz a mediação entre o fiel e o divino. . Não por acaso, ele menciona o poder e a inteligência de Marçal em criar uma legião de mais de dois milhões de seguidores que compram seus cursos, formam grupos e são instados a professar sua fé sem a intermediação da igreja e a contribuição dos dízimos. A sua revolta é também uma exigência a quem não esteve nesta trincheira com ele, mas também um alerta contra o discurso antissistema não só no campo político, mas – e principalmente – religioso.

E quanto ao novo líder que possa apoiar o voto das massas que parecem identificar-se com o centro-direita? Existem muitos, obviamente. Mas uma coisa é certa: não será só com Jair Bolsonaro e o PL do Valdemar da Costa Neto que este jogo terá de ser acordado, mas com todas as partes que colheram os benefícios da viragem à direita nos últimos anos. União Brasil com o governador Ronaldo Caiadoos Republicanos com o governador Tarcísio de Freitas, o PP de Ciro Nogueira, o PSD de Kassabtodos estarão sentados à mesa querendo uma fatia daquele bolo. Gilberto Kassab, que olha mais para 2030, seja pela situação atual ou pelos seus próprios interesses, parece ser quem tem mais consciência do que vem pela frente.

*Rodrigo Vicente Silva é mestre e doutor em Ciência Política (UFPR-PR). Estudou História (PUC-PR) e Jornalismo (Cásper Líbero). É vice-editor do Journal of Sociology and Politics. Está vinculado ao grupo de pesquisa Representação Democrática e Legitimidade (INCT-ReDem). Contribua semanalmente para esta coluna



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