SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A resposta da Enel ao apagão causado pelo temporal da última sexta-feira (10/11) ficou abaixo do esperado, e a empresa ainda não tem prazo definido para restabelecer completamente o fornecimento de energia elétrica aos consumidores afetados na cidade de São Paulo e na região metropolitana região. Atrasos no restabelecimento da energia podem levar à “caducidade” da concessão.
A informação foi divulgada neste domingo (13/10) após reunião entre a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) com distribuidoras de energia realizada em São Paulo.
A reunião foi convocada em meio a uma troca de acusações entre o Ministério de Minas e Energia, o governo de São Paulo e a prefeitura da capital paulista devido ao apagão que deixou mais de 2 milhões de pessoas sem energia na cidade e na Grande São Paulo.
Parte da resposta inadequada deve-se ao atraso da empresa em chegar aos 2.500 agentes no terreno para restabelecer o serviço, número previsto no plano de contingência apresentado pela empresa.
Até este domingo, são 1,7 mil agentes em campo e, nesta segunda-feira (14/10), segundo o presidente da Enel, Guilherme Lencastre, a empresa completará o contingente.
O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa Neto, afirmou que a resposta não é adequada, conforme prometido no plano de contingência apresentado pela empresa para emergências. “A retomada não é, quando comparada ao evento do ano passado, tão eficiente quanto esperávamos.”
“Em 3 de novembro [de 2023]foram necessárias 24 horas para a retomada de 60% do atendimento dos interrompidos, e esse mesmo patamar foi alcançado em 42 horas”, disse Tiago Veloso, presidente da Arsesp. Até o momento, 67% dos afetados tiveram o fornecimento de energia restabelecido.
Participaram do encontro representantes das empresas Enel São Paulo, Neoenergia Elektro, EDP São Paulo, Energisa Sul-Sudeste, CPFL Piratininga, CPFL Paulista, CPFL Santa Cruz, CTEEP e Eletrobras Furnas.
Pelo menos 698,8 mil clientes da Enel em São Paulo ficaram sem energia neste domingo, dois dias depois do temporal que atingiu a Grande São Paulo na noite de sexta-feira (10/11) e deixou 2,1 milhões sem luz.
Segundo Feitosa Neto, da Aneel, não estão descartadas outras sanções e penalidades, nem uma possível recomendação de caducidade do contrato. A direção do órgão solicitou à fiscalização que emitisse intimação à empresa, disse o diretor-geral.
Esta intimação será acompanhada de um relatório de falhas e transgressões. A Enel terá então 60 dias para responder. “Após a apresentação dessas informações, a área de fiscalização iniciará um processo recomendando, ou não, a instauração de processo para recomendar a caducidade ao poder concedente”, afirmou o diretor-geral da Aneel, que não deu prazo para a intimação.
Ele disse que a resposta da Enel aos danos do temporal, bem como seu plano de contingência, serão acompanhados por um agente fiscalizador em São Paulo, bem como por meio de parceria com a Arsesp.
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Lencastre, da Enel, também afirmou que haverá investimentos para melhorar os sistemas de previsão do tempo. Tanto a empresa quanto as agências afirmaram que a magnitude da tempestade e das rajadas de vento não era esperada, o que aumentou os danos e afetou a resposta.
Os agentes que vão completar os 2.500 técnicos da área também fazem parte de outras empresas que atendem o estado. Além das equipes adicionais, Lencastre afirmou ainda que a empresa deverá contratar mais 1,2 mil eletricistas próprios.
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