FOLHAPRESS – Na primeira pesquisa Datafolha do segundo turno em São Paulo, divulgada na última quinta-feira (10/10), o prefeito Ricardo Nunes (MDB) registrou 55% de intenções de voto, contra 33% do deputado Guilherme Boulos (PSOL), uma vantagem de 22 pontos percentuais. A diferença é a segunda maior nas eleições paulistas, que acontecem em segundo turno desde 1992.
A única ocasião em que a margem entre o primeiro e o segundo lugar foi maior foi no primeiro segundo turno da eleição de 2000, quando Marta Suplicy (PT), atual companheira de chapa de Boulos, tinha 30 pontos de vantagem sobre Paulo Maluf (uma vez no PPB) no total de intenções de voto (que leva em conta votos em branco, nulos e eleitores indecisos).
Ao longo da campanha, porém, a diferença diminuiu. O placar final da eleição ficou em 59% a 41% de votos válidos (que excluem votos em branco e nulos).
Nas eleições de 1992, as primeiras da história da capital paulista a ter segundo turno, Maluf também concorreu, desta vez pelo PDS. Enfrentou Eduardo Suplicy (PT), que buscava suceder no governo de Luiza Erundina (na época no PT). Na primeira pesquisa divulgada, a diferença entre os dois era de apenas sete pontos, mas ao longo da campanha o petista perdeu fôlego. Maluf obteve de 58% a 42% nos votos válidos.
Em 1996, Erundina tentou retomar a prefeitura para o PT e chegou ao segundo turno contra Celso Pitta (PPB), que contava com o apoio do governo Maluf. O cenário inicial do segundo turno foi semelhante ao atual: Pitta tinha 16 pontos de vantagem sobre o ex-prefeito. Conseguiu a maior margem de vitória no segundo turno, com 62% dos votos válidos, ante 38% do adversário.
Após a vitória em 2000, Marta buscou a reeleição em 2004. Enfrentou José Serra (PSDB), que saiu na frente na primeira pesquisa do segundo turno, com 12 pontos a mais que o então prefeito. Na última pesquisa antes da votação, a diferença havia sido reduzida para sete pontos. Serra venceu com 55% dos votos válidos, contra 45% de Marta.
Depois de empossado, Serra passou pouco mais de um ano na prefeitura, renunciando ao cargo para concorrer ao governo do estado. Quem assumiu foi o vice, Gilberto Kassab (então no DEM), que buscou a reeleição em 2008, concorrendo contra Marta. Kassab começou com 17 pontos de vantagem na primeira votação do segundo turno, vantagem que se manteve estável ao longo da campanha. Nas pesquisas, o placar foi elástico: 61% a 39%.
Em 2012, Fernando Haddad (PT) conseguiu um feito inédito na história das eleições paulistas: foi a primeira vez que o candidato que ficou em segundo lugar no primeiro turno acabou vencendo a eleição. Para virar a disputa, Haddad, assim como os demais prefeitos, começou com vantagem na primeira pesquisa do segundo turno. Na primeira pesquisa, Datafolha, o petista tinha 10 pontos a mais que o ex-prefeito Serra.
O segundo turno só seria realizado novamente em 2020, quando Bruno Covas (PSDB), eleito vice quatro anos antes, buscou a reeleição como prefeito contra Boulos. A diferença no início da segunda votação era de 13 pontos na primeira pesquisa, nove a menos do que o psolista enfrenta hoje.
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