Receita de MG sobe R$ 5 bilhões, mas servidores seguem sem aumento real

Receita de MG sobe R$ 5 bilhões, mas servidores seguem sem aumento real



O Relatório de Gestão Fiscal (RGF), publicado nesta quarta-feira (29/5) no Diário Oficial de Minas Gerais, aponta crescimento de R$ 5 bilhões na Receita Corrente Líquida (RCL) do estado no primeiro quadrimestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano passado.

O anúncio foi feito horas antes de a Assembleia Legislativa (ALMG) aprovar um reajuste abaixo da inflação para servidores públicos mineiros, de 3,62%, proposto pelo governador Romeu Zema (Novo).

“Existem plenas condições para conceder a inflação em 2022 e 2023. A retórica do governo mineiro não condiz com a realidade das contas do estado”, considerou o auditor fiscal da Receita Estadual e vice-presidente do Sindicato dos Tributos , Servidores de Fiscalização e Cobrança do Estado de Minas Gerais (Sinfazfisco-MG), João Batista Soares.

Segundo o auditor, a previsão conservadora é que a RCL cresça mais de 10% em 2024, ultrapassando os R$ 9 bilhões. “O impacto bruto na folha salarial, se o estado reportar inflação para 2022 e 2023, ficaria abaixo de R$ 5 bilhões, portanto, bem abaixo dos R$ 9 bilhões previstos conservadoramente”, destacou.

Ainda segundo Soares, o governo estadual não atualiza o total das receitas desde abril, deixando de incluir, por exemplo, o Fundo de Participação Estadual (FPE), bem como outras transferências do governo federal.

Servidores frustrados

A sessão de votação estava marcada para as 10 horas e demorou cerca de quarenta minutos a começar. Os parlamentares aproveitaram quase uma hora para votar a favor das emendas destacadas. Só às 12h é que o texto principal foi votado e depois a falta de quórum levou ao encerramento da reunião. Toda a movimentação foi acompanhada pelo olhar atento dos servidores que lotaram a galeria do plenário e o espaço da antessala do parlamento.

Com bandeiras de autoridades da educação, da saúde e da segurança pública, os servidores aplaudiram as falas dos parlamentares que defendiam um aumento superior aos 3,62%, classificado como ‘migalha’ nos cantos. A debandada na base da situação e o encerramento antecipado da sessão geraram vaias e gritos de descontentamento.

Presente na Assembleia, o vice-presidente da Associação dos Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-MG), sargento Marco Antônio Bahia, disse estar indignado com a não votação das emendas destacadas. O representante da PM afirmou que o movimento terá impacto nas empresas, que já operam com capacidade ultrapassada em protesto contra a recuperação da inflação. Para os militares, nada abaixo de 10,67% será aceito pelos servidores.

“Nossa expectativa é que, na próxima semana, quando a votação voltar e esse percentual passar aqui na Assembleia, haja indício de radicalização. Hoje acontece uma legalidade estrita em Minas Gerais. Ontem, por exemplo, fizemos uma vistoria nas delegacias aqui da região metropolitana, foram apenas nove veículos envolvidos na ocorrência. Ou seja, uma região que tem mais de 5 milhões de habitantes contava apenas com nove veículos. O policial militar já tirou o pé do acelerador. Ele já sentiu essa frustração e, caso o aumento do reajuste não seja implementado, poderá haver uma paralisia generalizada da segurança pública. Não recompor, no mínimo, a inflação é inaceitável”, afirmou.

O cenário de forças de segurança em câmera lenta foi corroborado pela presidente da Associação dos Escriturários da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Aespol), Aline Risi dos Santos. Frustrado com a não votação das emendas, o servidor destacou um desempenho reduzido nos últimos dias.

“Realizamos visita técnica e fiscalização nas delegacias de plantão aqui em Belo Horizonte e tivemos a informação de que não tivemos movimentação de veículos e pouquíssimos flagrantes. Ontem, aqui em Belo Horizonte, tivemos a informação de que apenas sete boletins de ocorrência foram concluídos. Em Minas Gerais, foram concluídos apenas 25 boletins de ocorrência. A polícia hoje trabalha dentro das condições que o próprio governador está nos dando”, destacou.



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