Após disputa acirrada no dia 6 de outubro de 2024, os candidatos Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) passaram ao segundo turno das eleições para prefeito de São Paulo, deixando para trás o ex-técnico Pablo Marçal (PRTB), por uma diferença de cerca de 1%.
Desde então, usuários visualizaram milhares de vezes uma imagem que compara os supostos gastos de campanha dos três, alegando que Marçal gastou “R$ 0” para obter quase o mesmo número de votos. Embora Marçal tenha gasto menos que seus adversários, o valor ainda foi superior a R$ 4,9 milhões, como mostram dados da Justiça Eleitoral.
Na imagem partilhada no Facebook, Threads e Instagram, é possível ver uma lista dos resultados que os candidatos obtiveram ao final da contagem dos votos, ao lado dos valores supostamente gastos por cada um durante a campanha para as eleições de 6 de outubro.
Com 29,48% dos votos, o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, teria gasto “R$ 22,88 milhões”, ou cerca de R$ 12,71 por voto, segundo o post. O deputado federal Guilherme Boulos, com 29,07%, teria desembolsado “R$ 55,66 milhões”, ou R$ 31,34 por voto.
Enquanto isso, ao lado do nome de Pablo Marçal e seus 28,14% dos votos, o post diz: “Gastei R$ 0,00. Cada voto custou: R$ 0,00”. “R$ 78 milhões para fazer apenas 1% de diferença”, finaliza a imagem.
Embora os percentuais de votação vinculados a cada candidato estejam corretos, nenhum dos valores gastos na campanha corresponde ao registrado no Sistema de Contabilidade Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), DivulgaCand.
Mais de R$ 4,9 milhões gastos
Uma consulta à página de Marçal no sistema do TSE mostrou que o ex-técnico gastou cerca de R$ 4,9 milhões na campanha, e não zero. No total, o candidato havia recebido cerca de R$ 8 milhões em receitas para financiar suas atividades na disputa eleitoral.
Na mesma plataforma é possível encontrar os dados dos demais candidatos a prefeito de São Paulo. Até o dia 9 de outubro, Nunes gastou R$ 29 milhões, dos R$ 44 milhões que recebeu.
As despesas de Boulos somam R$ 46 milhões na mesma data. O candidato havia recebido R$ 65 milhões em recursos de campanha.
Os gastos dos três candidatos são distribuídos entre serviços como dinamização de networking, marketing digital, contratação de gráficas, produtores de eventos e também advogados.
Para a Prefeitura de São Paulo, todos os candidatos tinham limite de R$ 67 milhões para gastos no primeiro turno. Quem foi ao segundo turno ganhou margem de mais de R$ 26 milhões para o restante das despesas da campanha.
Campanha feita com dinheiro público?
Em algumas publicações, os usuários justificam o conteúdo viral afirmando que Marçal não recebeu recursos públicos, do Fundo Eleitoral, para realizar sua campanha.
O Fundo Eleitoral é uma reserva pública, destinada ao financiamento de campanhas eleitorais, e está previsto na Lei Eleitoral (nº 9.504/1997). O valor faz parte do Orçamento Geral da União e é disponibilizado ao TSE. Os recursos são distribuídos, em parcela única, aos diretórios partidários nacionais.
Aliás, ao consultar a fonte de rendimentos de Marçal na Divulgacand, a AFP Checamos verificou que não recebeu quaisquer pagamentos do seu partido, o PRTB. Nunes e Boulos ganharam uma parcela do Fundo Eleitoral de seus partidos e federações.
A contabilização parcial mostra que Nunes recebeu cerca de R$ 44,2 milhões do Fundo Eleitoral dos partidos PL, MDB, Progressistas, Podemos, PRD, PSD e Solidariedade, que compõem a coligação “Caminho Seguro pra São Paulo”.
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O candidato do PSOL, Boulos, recebeu R$ 64 milhões do Fundo Eleitoral do PSOL e do PT, que fazem parte da coligação “Amor a São Paulo”.
A renúncia ao Fundo Eleitoral foi um dos pilares da campanha de Pablo Marçal, cujo partido obteve significativamente menos recursos que os partidos dos seus adversários. Sem representação no Congresso, o PRTB tinha direito a cerca de R$ 3,4 milhões para financiar todas as campanhas do partido em todo o país. Enquanto isso, o PSOL de Boulos recebeu R$ 126 milhões e o MDB, R$ 404 milhões.
Quaisquer valores do Fundo Especial que não possam ser utilizados deverão retornar integralmente ao Tesouro Nacional no momento da prestação de contas.
Esta verificação foi realizada utilizando os valores disponíveis até a data da publicação. De acordo com o calendário da Justiça Eleitoral, os candidatos que não foram eleitos para o segundo turno deverão prestar contas de suas campanhas até 5 de novembro de 2024. Os candidatos que disputarão o segundo turno deverão apresentar suas contas até 16 de novembro.
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